O Globo Diante da falta de chuvas em algumas regiões, a Embrapa vem trabalhando em sementes geneticamente modificadas para que a lavoura resista mais à falta de chuvas. Há pesquisas com soja, café, caju e cana-de-açúcar. Segundo a Embrapa, nos últimos dez anos, o Brasil deixou de produzir 55 milhões de toneladas de soja somente no Paraná e no Rio Grande do Sul, por falta de água. O prejuízo é calculado em cerca de US$ 27 bilhões.
Existem trabalhos que buscam aumentar a resistência à seca de algumas espécies vegetais, bem como melhorar o aproveitamento da água, tanto na agricultura em áreas secas ou dependente de chuva, quanto na irrigada. Isso é muito importante, uma vez que o setor agrícola consome, em média, 70% da água existente disse o pesquisador da Embrapa Semiárido Luís Henrique Bassoi.
Na soja, foi introduzido um gene que a torna mais resistente à seca. Na comparação com a soja normal, foi constatada uma alta de 13,5% de produtividade.
O café, depois que seu genoma foi identificado, encontrou-se um gene que torna outros grãos mais resistentes à seca. Ele está sendo testado em soja, milho, trigo, cana-de-açúcar, arroz e algodão.
Na cana-de-açúcar, as plantas modificadas ainda estão sendo testadas em parceria com a Centro de Tecnologia Canavieira, mas as avaliações indicam que as plantas não só ficaram mais resistentes à seca como aumentou o teor de sacarose e taxa de brotação e mais resistência aos herbicidas. Mas ainda não houve testes em campo.
O clone de caju já encanta os produtores. Há três anos, a seca castigou o semiárido dizimando a cultura. O clone saiu incólume, com produção de 800 quilos de castanha por hectare.