As cotações do café seguiram sua trajetória baixista nesta semana para o arábica na Bolsa de Mercadorias de Nova York.
Porto Alegre, 24 de agosto de 2018 – O mercado caiu aos patamares mais baixos em 12 anos e os preços no contrato dezembro chegaram a romper a linha de US$ 1,00 a libra-peso, embora tenham se recuperado deste patamar mais baixo.
Os fundamentos baixistas seguem pesando sobre as cotações internacionais. A oferta é tranquila para os consumidores, em temporada de superávit na produção contra o consumo. O Brasil está terminando a colheita de uma safra recorde e outras origens também estão chegando com grandes safras a partir do último trimestre do ano.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, “a confirmação de safra recorde e de boa qualidade no Brasil se associa a perspectivas positivas para a produção do Vietnã, Colômbia e Indonésia (que junto com o Brasil formam as 4 principais origens mundiais) e cujo novo ciclo se inicia em outubro. Claro, que isso ajuda a manter o comprador mundial na defensiva”.
A alta do dólar contra o real e outras moedas é outro fator negativo, que pesou sobre as cotações do café em NY. Assim, no balanço semanal, o contrato dezembro caiu de 104,70 para 101,50 centavos de dólar por libra-peso, acumulando queda de 3,06%.
Colheita
A colheita de café da safra brasileira 2018/19 foi indicada em 91% até 21 de agosto. O número faz parte do levantamento semanal de SAFRAS & Mercado para a evolução da colheita da safra. Na semana passada, o índice estava em 88%.
Tomando por base a estimativa de SAFRAS para a produção de café do Brasil em 2018, de 60,5 milhões de sacas de 60 quilos, é apontado que foram colhidas 55,17 milhões de sacas até o dia 21 de agosto. Em igual período do ano passado, a colheita estava em 94%, e na média dos últimos 5 anos para o período em 91%.
Segundo Gil Barabach, “o clima predominante seco, embora levante especulações em torno do déficit hídrico, segue favorável aos trabalhos de colheita e secagem do café. No conilon, os trabalhos já se encerram. E no arábica entram na reta final, em alguns casos restando apenas a varreção. E os dados de produção vão confirmando a perspectiva de safra recorde e de boa qualidade”, afirma Barabach.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS