Nesta terça-feira (8), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), referência para os negócios no Brasil, fecharam em baixa pela segunda sessão consecutiva acompanhando o câmbio e informações mais otimistas para a safra 2016/17 do Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo. Ainda assim, os vencimentos permanecem acima de US$ 1,25 por libra-peso.
Segundo informações da Reuters, no início dos trabalhos hoje, devido à queda dos preços, as negociações de contratos futuros foram interrompidas na bolsa por 30 segundos, com uma queda de 400 pontos em um intervalo curto de tempo.
O vencimento dezembro/15 encerrou a sessão de hoje cotado a 122,25 cents/lb com baixa de 40 pontos, o março/16 anotou 125,20 cents/lb com queda de 85 pontos. O contrato maio/16 registrou 127,35 cents/lb e desvalorização de 80 pontos, enquanto o julho/16 fechou o dia com 129,30 cents/lb com 85 pontos negativos.
Como nos últimos pregões, o dólar voltou a influenciar bastante as cotações do arábica em Nova York. Após abrir em baixa, a moeda fechou o dia cotada a R$ 3,8100 na venda com alta de 1,36%. Os investidores repercutem no mercado a divulgação de dados fracos sobre a economia da China, queda nos preços do petróleo e baixo volume de negócios. A moeda estrangeira mais valorizada ante o real dá maior competitividade às exportações, mas pressiona os preços das commodities.
Outro aspecto que também pressionou os futuros no terminal externo foram as divulgações mais otimistas para a safra 2016/17 do Brasil. Segundo informações reportadas ontem pela Reuters, com base em entrevista do presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro. O Brasil poderá colher entre 47 milhões e 49 milhões de sacas de 60 kg no ano que vem, um crescimento de até 15% ante a colheita de 2015.
“Apesar desses números para a safra do ano que vem serem melhores, tudo indica um viés positivo nas bolsas de café com possibilidade de queda nos estoques mundiais”, explica o analista de marcado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
A OIC (Organização Internacional do Café), por exemplo, elevou sua estimativa global de consumo de café para 149,8 milhões de sacas de 60 kg por causa de uma demanda maior que o esperado na União Europeia.
Notícias sobre a safra da Colômbia também repercutiram positivamente no mercado hoje. De acordo com a Federação Nacional dos Cafeicultores, a produção do país no mês passado ficou em 1,32 milhões de sacas.
Mercado interno
Nas praças de comercialização do Brasil os negócios seguem lentos e os preços sustentados. No entanto, para Marcus Magalhães, a perspectiva para o mercado interno em 2016 é mais otimista. “Acredito que teremos preços interessantes no lado interno e externo, mas principalmente, teremos produções que irão, com certeza, dar mais liquidez nas praças de comercialização”, afirma.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 563,00 e alta de 0,72%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com desvalorização de 2,58% e saca a R$ 528,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 568,00 a saca e alta de 0,71%. A maior variação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 1% e saca cotada a R$ 494,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 510,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com alta de 4,17% e saca cotada a R$ 500,00.
Na segunda-feira (7), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve queda de 0,69% com a saca de 60 kg cotada a R$ 480,30.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas