Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam próximos da estabilidade nesta tarde de terça-feira (19), mas ainda do lado vermelho da tabela. O mercado realiza ajustes técnicos após avançar cerca de 200 pontos na sessão anterior repercutindo as condições climáticas adversas no cinturão produtivo do Brasil e que podem prejudicar a safra 2017/18.
Por volta das 12h26, o contrato setembro/16 anotava 149,15 cents/lb com 30 pontos de queda, o dezembro/16 registrava 152,20 cents/lb com 20 pontos negativos. Já o vencimento março/17 estava cotado a 154,80 cents/lb com 30 pontos de queda, enquanto o maio/17, mais distante, tinha 156,35 cents/lb com 25 pontos de baixa.
O mercado registrou valorização na sessão anterior repercutindo as incertezas em relação ao potencial produtivo da safra 2017/18 do Brasil depois que algumas lavouras do Paraná, São Paulo e das regiões do Cerrado e Sul de Minas Gerais receberam geadas de média e baixa intensidade na madrugada de segunda-feira.
No entanto, nesta terça-feira, os operadores preferem adotar cautela e o que se vê nas bolsas, segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, são cotações lateralizadas e em acomodação especulativa.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, André Luís Garcia Alvarenga, a maior parte das lavouras do Sul e Cerrado Mineiro, importantes áreas produtoras, foram atingidas pela geada e isso deve impactar diretamente na temporada 2017/18. “Quando os cafezais são expostos a temperaturas abaixo de zero, eles perdem o potencial produtivo”, explica.
Os produtores ainda quantificam os prejuízos uma vez que os danos às lavouras podem aparecer ainda ao longo da semana. Para Alvarenga, o clima ainda pode surpreender os cafeicultores nos próximos dias. “As previsões apontam que os próximos meses deverão ser de muita atenção para os produtores”, afirma o engenheiro agrônomo da Procafé.
Mapas climáticos da Somar Meteorologia apontam que o frio deve continuar nas produtoras de café do Sudeste do Brasil nos próximos dias. No entanto, sem geadas. Na Zona da Mata do Espírito Santo e na Bahia pode ocorrer chuvas fracas.
O dólar comercial opera em alta na sessão de hoje, após fechar praticamente estável na segunda-feira, e também acaba dando suporte aos preços externos do café arábica, pois acaba dando maior competitividade às exportações. Às 12h, a moeda norte-americana subia 0,836%, cotada a R$ 3,278 na venda.
Nas praças de comercialização do Brasil, os negócios com café seguem isolados e os preços firmes, de acordo com Marcus Magalhães. Na segunda-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 503,21 com queda de 0,07.
Por noticias agricolas