Café: Bolsa de Nova York inicia semana com queda nesta 2ª feira; chuva avança na zona da Mata

24/03/2015


A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica fechou mais uma vez em baixa nesta segunda-feira (23). O mercado deu sequência ao movimento de realização de lucros que já havia sido registrado na sessão anterior com vendas de fundos e de especuladores.


O vencimento maio/15 anotou 141,85 cents/lb, o julho/15 teve 145,15 cents/lb, o contrato setembro/15 registrou 148,15 cents/lb e o dezembro/15 teve 152,15 cents/lb. Ambos com queda de 150 pontos.


De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, as bolsas operaram de forma lateralizada tanto em Nova York quanto em Londres sem indicar tendência de curtíssimo prazo.


“Em Nova York, a bolsa conseguiu se sustentar acima de 140,00 cents/lb o que é muito interessante se olharmos o quadro fundamental do café”, afirma o analista.


Informações de agências internacionais dão conta que a queda do dólar hoje ante o real contribuiu para a sustentação das cotações na bolsa uma vez que representa menor competitividade do país nas exportações. Nas últimas sessões o dólar valorizou-se forte ante o real e os futuros despencaram.


Por volta das 16h18, a moeda norte-americana recuava 2,08% e estava cotada a R$ 3,1631 na venda. A tranquilidade dos mercados internacionais de câmbio contribuía para a baixa.


O dólar quando está mais valorizado ante o real sempre pressiona as commodities, pois torna as exportações mais atrativas. Entretanto, para os produtores no Brasil a valorização da moeda implica em maiores custos de produção, com a queda de hoje os produtores ficam mais tranquilos neste aspecto. Mas ainda assim, a moeda permanece acima de R$ 3,00.


Com relação ao clima, mapas da Somar Meteorologia apontam que a chuva avança para a zona da Mata nos próximos dias, até quarta-feira precipitações em forma de pancadas devem beneficiar também áreas produtoras de café do centro e norte de Minas Gerais e Espírito Santo. Já nos estados de São Paulo e Paraná podem ocorrer chuvas isoladas. Com a chegada do Outono e uma massa de ar polar, a temperatura deve cair.


Exportações Secex


De acordo com informações divulgadas pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações de café em grão no mês de março (até dia 22) atingiram 1,982 milhão de sacas de 60 kg, com receita de US$ 363,1 milhões e um preço médio de US$ 183,10 por saca. O número corresponde a 15 dias úteis contabilizados.


Se compararmos com fevereiro deste ano (2,513 milhões de sacas) e março de 2014 (2,556 milhões de sacas), houve uma queda acentuada nos embarques do mês corrente. No início do próximo mês o órgão deve divulgar o número final das exportações de março de 2015.


Mercado interno


Segundo Magalhães, “a paradeira é grande. O setor produtivo alheio das oscilações cambias não apareceu nas praças de comercialização estrangulando e muito as ofertas e as expectativas de curto prazo.”


O tipo cereja descascado continua com maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com R$ 551,00 – estável. A oscilação mais expressiva no dia foi na cidade de Poços de Caldas-MG que registrou queda de 5,36% e tem saca cotada a R$ 512,00.


O tipo 4/5 também teve maior valor em Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 540,00 – estável. A variação mais expressiva do dia foi em Franca-SP que teve desvalorização de 3,77% e saca cotada R$ 510,00.


Para o tipo 6 duro, a cidade com maior valor de negociação foi Franca-SP com R$ 500,00 a saca mesmo com baixa de 3,85%. A oscilação mais expressiva no dia ocorreu em Marília-SP que registrou queda acentuada de 17,02% e tem saca cotada a R$ 390,00.


Na sexta-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ  do arábica tipo 6 registrou desvalorização de 2,40% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 470,81.


Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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