17/07/2015
Nesta sexta-feira (17), as cotações futuras do café na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) iniciaram mais um pregão em queda e dá continuidade as perdas observadas no último fechamento. Com um cenário de economia americana mais forte e estresse político no Brasil, o dólar deve valorizar e influenciar as cotações na bolsa. Além disso, informações de estoques elevados de café nos Estados Unidos, divulgados pela Green Coffee Association (GCA), podem pressionar os preços.
Às 10h08, pelo horário de Brasília, o contrato setembro/15 caia cerca de 110 pontos, sendo negociado a US$ 127,75 cents/lb. O vencimento dezembro/15 sofria desvalorização de 115 pontos, cotado a US$ 131,20 cents/lb. Já março/16 estava a US$ 134,75 cents, com baixa de 125 pontos.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Café: Bolsa de Nova York volta ao campo negativo e fecha com leves baixas nesta 5ª feira
Nesta quinta-feira (16), as cotações futuras do café fecharam com leves baixas na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado deu seguimento às perdas do pregão anterior, com uma realização de lucros, mas operou perto da estabilidade e chegou a atingir leves altas em alguns períodos.
Com isso, o vencimento setembro/15 não conseguiu sustentar acima dos 130 cents e fechou a US$ 128,85, com uma desvalorização de 90 pontos. O contrato dezembro/15 teve perdas de 80 pontos, encerrando o dia a US$ 132,35 cents/lb. Março/16 fechou cotado a US$ 136,00, com desvalorização de 75 pontos, enquanto maio/16 atingiu US$ 138,20 cents/lb.
Para o analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães, as bolsas internacionais estão lateralizadas e têm operado de forma tranquila, com a falta de novidades. Já em relação a moeda norte-americana, as expectativas para o analista é de um dólar mais caro a curto prazo, visto que os Estados Unidos devem aumentar os juros ainda neste ano e o enfraquecimento da economia brasileira. Para o cenário fundamental, ainda há muitas dúvidas em relação ao volume e qualidade da safra 2015/2016 no Brasil, o que pode trazer reflexos para o mercado num curto espaço de tempo.
Em entrevista ao site internacional Bloomberg, o gerente comercial da Cooxupé, Lucio Dias, afirmou que o volume recebido pela cooperativa está abaixo da média, visto que estão recebendo cerca de 40 mil sacas de 60 kg por dia, enquanto recebiam 60 mil sacas em anos anteriores. Além disso, Dias também afirma que os resultados estão muito piores do que o esperado e teme que o Brasil não seja capaz de atender a demanda.
A Cooxupé também divulgou os números de colheita. Entre seus cooperados, até o dia 11 de julho atingiu 27,25%, enquanto no mesmo período de 2014 os números apontavam para 50,57%. No total por município, que inclui cooperados e não cooperados, a colheita atingiu 25,79%.
Mercado interno
Os negócios no Brasil seguem em ritmo lento, segundo Marcus Magalhães. Muitos produtores seguram vendas à espera de preços mais atrativos no mercado físico, principalmente pelo baixo volume disponível e pelas expectativas em relação as colheitas.
No cenário climático, não há previsões de chuvas para grande parte do cinturão produtivo, segundo boletim da Somar Meteorologia. Há volumes previstos para o norte do Paraná e sul de São Paulo até esta sexta-feira (17). A frente fria não deve avançar para as demais regiões e não há previsões de geadas.
Para o café cereja descascado, Varginha (MG) teve uma valorização de 4,35%, em que a saca de 60 kg fechou cotada a R$ 480,00. Já em Poços de Caldas (MG) a saca teve desvalorização de 2,17%, fechando a R$ 457,00.
O café tipo 6 quase não teve variações dentre as principais praças de comercialização, com uma queda de 1,20% de Poços de Caldas (MG). Em Patrocínio (MG) a desvalorização foi de 1,15% e a saca fechou a R$ 430,00.
Já o café tipo 4 só ocorreu a desvalorização de 1,62% em Poços de Caldas (MG) e a saca de 60 kg fechou a R$ 425,00.
Por: Sandy Quintans
Fonte: Notícias Agrícolas