Após o forte avanço registrado na sessão anterior, as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerram esta segunda-feira (28) do lado vermelho da tabela, devolvendo praticamente todos os ganhos de sexta-feira. O mercado repercute o mau humor econômico global e a desvalorização cambial.
O contrato dezembro/15 encerrou a sessão cotado a 119,15 cents/lb e 355 pontos de baixa, o março/16 anotou 122,45 cents/lb com 345 pontos de recuo. Já o vencimento maio/16 fechou a 124,65 cents/lb com 330 pontos de desvalorização, enquanto o julho/16 foi negociado a 126,60 cents/lb e 310 pontos negativos.
De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, diante das incertezas nos mercados globais, os investidores preferem adotar uma postura conservadora, o que também acaba influenciando no café. Existem dúvidas em relação à economia da China e a taxa de juros dos Estados Unidos, além da desvalorização do real ante o dólar. “Os grandes players tiraram da bolsa o que o dólar voltou a subir”, afirma o analista.
Nesta segunda-feira, o dólar comercial encerrou cotado a R$ 4,1095 a venda com avanço 3,37%. A moeda estrangeira mais valorizada ante o real dá maior competitividade às exportações, mas pressiona a cotação das commodities.
No aspecto fundamental, segundo alguns analistas, pesa sobre o mercado a expectativa de uma melhor produção na próxima temporada com a boa florada registrada nos últimos dias.
Segundo informações do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), as floradas recentes animaram os produtores, mas o ‘pegamento’ e o desenvolvimento dos chumbinhos, que vão determinar o potencial da safra 2016/17, dependem muito do clima nas próximas semanas.
De acordo o agrometorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, as cidades produtoras de café devem receber chuvas irregulares nos próximos. “A próxima grande frente fria que deverá provocar chuvas sobre o Brasil central deverá ocorrer somente em meados de outubro”, explica.
Mercado interno
No mercado físico brasileiro, ainda acontecem poucos negócios, mesmo com o preço acima de R$ 500,00 a saca em algumas localidades. “O setor produtivo está de olho no clima, posterga vendas e deixa as praças de comercialização dentro de um grande vazio”, explica Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 559,00 e baixa de 1,58%. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com recuo de 2,01% e saca cotada a R$ 536,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação também em Guaxupé (MG) com R$ 559,00 a saca e desvalorização de 1,58%. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca (SP) que teve alta de 1,96%, para R$ 520,00 a saca.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com R$ 501,00 a saca e baixa de 1,76%. A maior oscilação ocorreu em Franca (SP) com desvalorização de 2% e R$ 490,00 a saca.
Na sexta-feira (25), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou alta de 0,95% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 476,73.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na ICE Futures Europe fecharam com forte queda nesta segunda acompanhando Nova York. O vencimento novembro/15 está cotado a US$ 1548,00 por tonelada com queda de US$ 48, o janeiro/16 teve US$ 1556,00 por tonelada e desvalorização de US$ 47 e o contrato março/16 registrou US$ 1572,00 por tonelada e US$ 46 de recuo.