Após cair mais de 200 pontos pela manhã, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam praticamente estáveis nesta segunda-feira (7),
Após cair mais de 200 pontos pela manhã, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam praticamente estáveis nesta segunda-feira (7), mas ainda permanecem do lado vermelho da tabela. O mercado esboçou correções técnicas no pregão de hoje depois de fechar com alta acumulada de mais de 5% na semana passada, acompanhando a queda do dólar.
O vencimento março/16 encerrou a sessão de hoje cotado a 118,65 cents/lb e o maio/16 teve 120,90 cents/lb, ambos com baixa de 15 pontos. Já o vencimento julho/16 registrou 122,70 cents/lb com 10 pontos negativos e o setembro/16 anotou 124,40 cents/lb com desvalorização de 5 pontos.
O mercado do café tem se baseado bastante nas últimas semanas em indicadores técnicos e no cenário macroeconômico. Todas as variáveis fundamentais que poderiam influenciar nas cotações já foram precificadas pelos operadores.
Segundo o analista João Santaella, o mercado têm mantido importantes suportes. "Acredito que as cotações devem continuar oscilando entre US$ 1,15 e US$ 1,25 por libra-peso. Somente rompendo a barreira de US$ 1,25/lb é que podemos ver alguma reação mais expressiva", afirma.
A safra 2016/17 do Brasil, maior produtor e exportador do mundo, tem desenvolvimento regular nas principais áreas produtoras devido as condições climáticas mais favoráveis nesta temporada. De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP), a colheita em algumas regiões pode ser antecipada. Analistas acreditam que essas informações também acabam sendo um fator de pressão uma vez que as expectativas de desequilíbrio entre oferta e demanda acabam sendo minimizadas.
Na semana passada, o dólar comercial teve a maior baixa acumulada em mais de sete anos. Com isso, os preços do arábica na ICE avançaram mais de 5%. Diante dessa forte alta, alguns ajustes na sessão desta segunda-feira foram inevitáveis. A divisa americana também voltou a subir hoje, o que acaba sendo mais um fator de pressão às cotações futuras do café.
O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 3,7937 na venda com avanço de 0,88%. A moeda vinha de quatro sessões seguidas de baixa. O dólar atingiu R$ 3,7977 na máxima dea sessão e R$ 3,7350 na mínima.
"Difícil crer que o Real vai conseguir segurar a valorização desta semana, já que nem um milagre consegue resolver os problemas do Brasil no curto e médio prazo. Mesmo assim o interesse de venda dos produtores fica mais distante, eventualmente dando espaço para o mercado 'stopar' as novas posições vendedoras dos fundos e eventualmente forçar a cobertura de vendas daqueles que agora mais do que nunca acham uma "excelente" oportunidade entrar short acima de US$ 120 centavos por libra", afirmou o diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa.
Mercado interno
Nas praças de comercialização do Brasil os negócios com café seguem limitados e os preços estáveis com a desvalorização na Bolsa de Nova York compensando a alta do dólar nesta segunda-feira.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 550,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com alta de 3,91% e saca cotada a R$ 531,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 538,00 a saca e alta de 0,75%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 0,82% e saca valendo R$ 491,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação nas cidades de Araguari e Varginha (MG) com R$ 510,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi em Patrocínio (MG) com queda de 1,03% e R$ 480,00 a saca.
Na sexta-feira (4), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 479,04 com baixa de 0,14%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam mais uma vez praticamente estáveis nesta segunda-feira, após a forte oscilação nas últimas semanas. O contrato março/16 registrou US$ 1363,00 por tonelada – estável, o maio/16 teve US$ 1394,00 por tonelada e avanço de US$ 1, enquanto o julho/16 anotou US$ 1424,00 por tonelada – estável.
Na sexta-feira (4), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 358,37 com queda de 2,71%.