Café: bebida ganha novas versões e tem cada vez mais fãs

Cafeterias ganham cada vez mais utilidade, especialmente relacionadas a comportamento: mais que pontos de alimentação, são pontos de encontro. Assim também os cafés: existem cada vez mais versões, aromas e sabores à disposição dos fãs dessa bebida.Para “acompanhar o café” vale uma reunião, leitura, paquera, conversa fiada e até trabalho. O café surgiu no Brasil […]

21 de novembro de 2005 | Sem comentários Consumo Receitas
Por: Cruzeiro do Sul










Cafeterias ganham cada vez mais utilidade, especialmente relacionadas a comportamento: mais que pontos de alimentação, são pontos de encontro. Assim também os cafés: existem cada vez mais versões, aromas e sabores à disposição dos fãs dessa bebida.

Para “acompanhar o café” vale uma reunião, leitura, paquera, conversa fiada e até trabalho.

O café surgiu no Brasil no século 18, enfrentou crises, desapareceu, voltou no início do século 20, mas muitos fazendeiros deste segmento foram a falência naquele época. Passada essa fase, para onde se olha, lá está ele.

Com o decorrer do tempo, quase mais ninguém lembra que um dia o Vaticano classificou o café como a “bebida do Diabo” pelo estado de excitação que provoca nas pessoas.

Em Sorocaba, pode-se encontrar desde um café simples até o mais requintado, nas cafeterias e padarias. A maior movimentação nesses lugares é registrada de manhã, no final da tarde e à noite. Em vários deles, o ambiente proporciona confraternização e eventos como lançamentos de livros.

A freqüência dos clientes faz os atendentes descobrirem o seu paladar.

“Eu conheço o gosto de um monte de gente”, contou o atendente bem-humorado de uma cafeteria Gilson Damasco. Os comerciantes ouvidos pela reportagem informaram que entre o inverno e a primavera registram um aumento no movimento entre 25% e 30% a mais em relação ao verão.

Essa aglomeração aquece o mercado de trabalho temporário. Regina Dias, proprietária de uma casa de café, chega a contratar três funcionários neste período. O preço do café na cidade varia entre R$ 1,80 e R$ 7,00.

O café mais simples de uma cafeteria, um expresso com água mineral, ganha um significado especial para o advogado Fernando de Moura. Ele dá a importância de um ritual para essa bebida. “Aqui admiro o café, sinto o cheiro e tomo sentindo cada gole”, descreveu.

Tudo isso começou com o convite de colegas de profissão a uma cafeteria e o hábito se prolongou por 12 anos em São Paulo. Agora, em Sorocaba, toma um expresso, no mínimo, duas vezes por semana.

“Quando tomo café esqueço todos os meus problemas, recarrego as minhas energias, depois de um dia de trabalho e fico mais à vontade”.

Sua colega, a advogada Francine Germano, sentada à mesma mesa, que acomoda quatro pessoas, passou a tomar café por influência de Fernando.

O ambiente seguro se torna um lugar perfeito para jogar conversa fora, ler um livro ou ficar a par das notícias com a leitura de jornais e revistas e, é claro tomar café.

Isto une as amigas Eliane Gualberto e Andréia Parra num começo de noite. Eliene diz que adora o gosto do café. E sempre que surge uma oportunidade de rever os amigos está entre eles, na companhia de um cafezinho. Às vezes, o ambiente favorece até paquera. Andreia disse que o namorado passou a acompanhá-la em um expresso.

História

Há muitas lendas a respeito do surgimento do café, mas talvez a mais significativa seja sobre um árabe do século 9 chamado Kaldi. Conta a história que Kaldi, ao notar a felicidade de seus bodes depois de comerem frutinhas vermelhas de um arbusto, pegou um punhado delas e começou a espalhar para a tribo maravilhas sobre o café.

Em 1400, a Igreja definiu o café como “bebida do Diabo”, pelo estado de excitação que provocava em quem a bebia.

O café chegou ao Brasil em 1727, na cidade de Belém, trazido da Guiana Francesa pelo sargento-mor Francisco de Mello Palheta a pedido do governador do Maranhão e Grão Pará, que o enviara às Guianas com essa missão. Já naquela época o café possuía grande valor comercial. Devido às nossas condições climáticas, o cultivo de café se espalhou rapidamente, com produção voltada para o mercado doméstico.

Em sua trajetória pelo Brasil o café passou de uma posição relativamente secundária para a de produto-base da economia brasileira.

Cada lugar tem sua forma particular de beber café. Os países ricos consomem mais da bebida, assim como os de baixa temperatura também, como a Suécia ou a Finlândia, onde se chega a consumir mais de 12 kg por habitante ao ano. Três vezes o consumo de países tradicionalmente conhecidos por sua relação com o café, como Itália, França e Brasil.

Em cada parte do mundo, as cafeterias representam uma forma diferente de expressão e de convivência com a bebida. Em Nova York, o acompanhamento do café é o trabalho. Ao contrário de tempos atrás, em que o café americano era reconhecidamente sem gosto e aguado, hoje, as cafeterias oferecem grãos de toda parte do mundo. (Fabiano Antunes)


[ Redação Cruzeiro do Sul ]

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