Varginha, 20 – O Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob), em apenas quatro anos de atuação no segmento de café, já é o segundo principal repassador ao produtor dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), atrás apenas do Banco do Brasil. O Bancoob é controlado pelo Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), com ativos estimados em cerca de R$ 2 bilhões, com atuação em 674 cooperativas do País.
O diretor-presidente do banco, Antônio de Azevedo Bonfim, diz que o primeiro contrato para repassar recursos do Funcafé ocorreu em dezembro de 2001, para o produtor custear a safra 2001/02. “De lá para cá, o crescimento tem sido ininterrupto”, entusiasma-se Bonfim, participante do 1º Seminário de Café de Minas Gerais, que se encerra hoje em Varginha, no sul de Minas.
Conforme expectativa de Bonfim, a instituição deverá repassar ao cafeicultor este ano cerca de R$ 160 milhões. No ano passado, foram cerca de R$ 80 milhões. O volume total de recursos do Funcafé liberados em 2005 está estimado em cerca de R$ 545,4 milhões.
Em 2004, o valor médio do contrato do Funcafé era de R$ 15.504 e caiu para R$ 14.896 no ano passado. Em compensação, um volume muito maior de contratos foi fechado no período: de 10.708 contratos em 2004 para 19.910 contratos em 2005. Bonfim ressalta que o banco tem alcançado seu objetivo “de levar os recursos a quem precisa, de modo rápido”. O valor médio dos contratos é considerado baixo, “mas mostra a capilaridade do empréstimo, chegando a um número maior de produtores”, explica.
Bonfim salienta que a agilidade na concessão do crédito é um dos principais fatores de crescimento da demanda. A partir da liberação dos recursos pelo governo, “o prazo médio para o recurso chegar nas mãos do produtor é inferior a 30 dias”, garante. “A estrutura do banco é enxuta e a tecnologia e o processo são racionais”, acrescenta. Um detalhe é interessante: a inadimplência no Bancoob com recursos do Funcafé é praticamente zero, observa Bonfim, ao comentar a pontualidade do pequeno produtor.
O Bancoob é um banco comercial, com foco no agronegócio. Estima-se que 88% das operações (empréstimos) são destinadas ao setor rural. Dentro da carteira de agronegócio, 33% dos recursos são do crédito rural, 29% movimentado pelo Funcafé, 23% em linhas do BNDES e 7% de recursos próprios. A origem dos recursos (50%) vem de terceiros (bancos, governos, BNDES, entre outros), das exigibilidades de outros bancos, que não trabalham com crédito rural (30%), além do próprio Sicoob (16%) e da Poupança Rural (4%).
Tomas Okuda