07/02/2014
Por Cândida Schaedler / candida.schaedler@safras.com.br
SAFRAS (06) – Até a metade de dezembro, a Bahia registrou precipitações normais, mas insuficientes para recuperar as lavouras que já sofrem, há três anos, com a seca.
Desde então, não tem chovido, o que afeta, sobretudo, a região do semi-árido. Mesmo assim, espera-se colher 100 mil sacas a mais do que em 2013. Essa é a avaliação do presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), João Lopes de Araújo.
Araújo diz que das três regiões de cultivo do grão no Estado a que mais padece é a do Planalto. Na do Atlântico, localizada no sul, a produção de conillon segue crescendo, pois as condições são mais favoráveis e a área plantada também aumenta.
“Basicamente dois fatores são responsáveis por isso. Primeiro o preço do robusta está melhor do que o do arábica já faz uns cinco anos. E segundo porque produtores capixabas que não conseguem expandir o cultivo do grão no Espírito Santo procuram as terras baianas”, explica.
Este ano, esperam colher 1 milhão de sacas na região – acima do ano passado, quando a baixa produção no Estado decorreu das perdas nas lavouras de robusta.
Já no Cerrado, a situação está estável, pois os preços não remuneram de maneira satisfatória o produtor e, consequentemente, eles não aumentam o cultivo das lavouras. A produção de 2014 está estimada em 600 mil sacas, mesma quantidade do ano anterior.
Entretanto, o Planalto – que compreende a Chapada Diamantina -, sofre as consequências da seca e das altas temperaturas. “Nessa região, há impiedosa
presença da estiagem”, pontua Araújo.
O presidente da Assocafé diz que em sua fazenda, que fica no local e tem altitude de 900 metros, a temperatura na sombra chega a 32 graus. “Isso é muito acima do que se observava anos atrás. Em todo o Estado as temperaturas ultrapassam os 30 graus”, comenta. Lá, esperam colher 400 mil sacas este ano, o que totalizaria 2 milhões de sacas para a Bahia toda, em comparação as 1,9 milhão de sacas colhidas em 2013.
De acordo com Araújo, a qualidade do grão não vai ser afetada pelas condições climáticas adversas: “O que será produzido vai ser normal. O maior prejuízo mesmo é a queda de produção”, finaliza. A estimativa inicial da Assocafé eram 2,5 mi/scs para 2014, mas a falta de chuvas deve limitar o avanço, ocasionando o corte na projeção.
Fonte : Safras & Mercado