– 28/11/2013
Café da terra
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com quedas, com a posição março, mais uma vez, não conseguindo testar uma resistência básica, como é o nível de 110,00 centavos de dólar. A sessão foi lenta e poucos players efetivamente estiveram inseridos no mercado.
Muitos participantes estavam mais preocupados em agendar seus vôos para as viagens tradicionais do feriado do Dia de Ação de Graças. Com isso, o terminal nova-iorquino operou todo o dia de maneira bastante tranqüila, sem maiores sobressaltos. Nesta quinta-feira, feriado nos Estados Unidos, a ICE Futures US não terá operações para todo o complexo de softs e também o de grãos.
Diante de um cenário pouco ativo nas operações de compra e venda, o mercado continua a especular com o viés técnico, que demonstra uma fraqueza relativa dos preços em buscar resistências apenas modestas, ao passo que vêm conseguindo se equilibrar para não testar as mínimas recentes de 85 meses, tal qual registrado recentemente. No campo fundamental, o mercado continua focado, predominantemente, na questão da disponibilidade de café, que se mostra bastante consistente, por conta das safras de Brasil, Vietnã e Colômbia, ao passo que os estoques internacionais ainda se mostram relativamente confortáveis, apesar das retrações reportadas nas últimas semanas para os certificados de robusta, na bolsa de Londres, e os de arábica, em Nova Iorque, que estão, no atual momento, em torno de 2,6 milhões de sacas. Por outro lado, a demanda do grão ainda é crescente, porém esse aumento da procura se dá em níveis baixos, próximos do crescimento populacional.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve desvalorização de 65 pontos, com 108,10 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 109,70 centavos e a mínima de 107,20 centavos, com o maio registrando baixa de 60 pontos, com 110,35 centavos por libra, com a máxima em 111,85 centavos e a mínima em 109,40 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve alta de 11 dólares, com 1.614 dólares por tonelada, com o março tendo valorização de 13 dólares, para o nível de 1.604 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado pela calma. Ao longo da manhã, com uma volatilidade extremamente curta, o março chegou a flertar com algumas altas, tocando os 109,70 centavos, mas não conseguindo atingir um marco básico, como o de 110,00 centavos. Diante dessa nova falha, algumas ordens de venda foram observadas na segunda metade da sessão e as baixas foram observadas. No segmento externo, as bolsas de valores nos Estados Unidos permaneceram estáveis e o dólar teve ligeira alta em relação a uma cesta de moedas internacionais, incluindo o real brasileiro.
“A semana acabou para o mercado de café e não terminou como algumas pessoas esperavam. O março parecia ter até algum fôlego para buscar os 110,00 e até acionar vendas mais efetivas. Entretanto, o que verificamos foi uma reversão da tendência inicial e o retorno dessa posição para o nível de 107,00 centavos. É verdade que foi uma sessão atípica, como poucos participantes, mas ainda assim dá a noção de que os vendedores, os baixistas, continuam a ter os lemes para comandar as ações e eles podem, a qualquer momento, imprimir um ritmo mais forte de pressão, o que redundaria em novos indicadores no lado negativo dos terminais”, disse um trader.
Os embarques para vários destinos de café do Vietnã em novembro devem apresentar crescimento de 31,1% em termos de volume e de 17,9% em receita, na comparação com outubro. A avaliação é do Escritório Geral de Estatísticas do país. Os embarques da commodity ao exterior devem somar 80 mil toneladas, com uma receita resultante de 145 milhões de dólares, de acordo com o órgão. No ano safra iniciado em 01 de outubro passado, o Vietnã já exportou 141 mil toneladas, 37% menos que as 224 mil toneladas embarcadas em igual período de 2012/2013.
As exportações brasileiras no mês de novembro, até o dia 25, totalizaram 1.298.242 sacas de café, queda de 34,90% em relação às 1.994.242 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 2.731 sacas, indo para 2.685.098 sacas. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência em 109,70, 109,90-110,00, 110,50, 111,00, 111,50, 112,00, 112,40-112,50, 113,00, 113,50, 114,00, 114,50, 114,90-115,00 e 115,50 centavos de dólar, com o suporte em 107,20, 107,00, 106,50, 106,15, 106,00, 105,50, 105,10-105,00, 104,50, 104,00, 103,50, 103,00, 102,50, 102,00, 101,50 e 101,00 centavos.
Fonte : Agnocafe