No cenário externo os sinais aparentemente são de que os bancos centrais darão continuidade no combate à desinflação, fazendo o mercado esperar por novos estímulos.
No cenário externo os sinais aparentemente são de que os bancos centrais darão continuidade no combate à desinflação, fazendo o mercado esperar por novos estímulos. Desse modo, o choque vindo da saída do Reino Unido da União Europeia foi rapidamente absorvido e não tirou o fôlego dos ativos de risco por muito tempo, incluindo o café. Com os fundos de investimento tendo comprado 29 mil contratos até terça-feira e, muito provavelmente, estando hoje acima dos 30 mil, a volatilidade do contrato “C” aumenta, visto que esta é uma posição atípica para os fundos nessa época do ano.
No físico os negócios seguem descasados, com os produtores bastante resistentes ao mercado abaixo dos R$ 500,00 enquanto com a entrada dos cafés “chuvados” fez com que as compras se concentrassem em lotes com mais de 20% de catação. O gráfico abaixo mostra os estoques de cafés certificados pela bolsa de Nova Iorque que, desde o ano 2000, só uma vez estiveram tão baixos quanto hoje. Esta queda pode estar associada aos altos preços que temos visto nas origens desde 2014.
Após um início de colheita bastante preocupante e conturbado pelas chuvas, a previsão de tempo seco para os próximos dias traz uma dose de tranquilidade aos produtores paulistas e sul mineiros, que já veem de 20% até 40% dos grãos no chão, dependendo da região. Portanto, a queda na qualidade está dada, restando-nos avaliar o tamanho dela. Também é importante lembrarmos que ainda temos dois meses de colheita pela frente e, caso as precipitações voltem à cena, grande parte desse café que está no chão será perdida.
Fonte: Bloomberg