Sexta-Feira , 21
de Maio de 2010 – A introdução de árvores nos sistemas de produção de café no
Estado de Rondônia é um dos temas do Dia Especial do Café, evento que acontece
neste sábado, dia 22 de maio, na área experimental da Embrapa localizada no
município de Machadinho d\’Oeste. A pesquisadora Vanda Gorete Rodrigues, da
Embrapa Rondônia, fala sobre os resultados de dez anos de pesquisa em que foram
testados diferentes consórcios entre plantas de café Conilon e espécies
arbóreas.
O evento é voltado aos produtores e traz também palestras sobre sistema de
condução do cafeeiro, colheita, pós-colheita, classificação, degustação e
comercialização de café. De acordo com a pesquisadora Vanda Rodrigues, a
arborização de lavouras de café oferece uma série de vantagens ambientais.
A primeira delas é a retenção de água no solo. As folhas que caem das árvores
formam uma camada de matéria orgânica – também chamada de liteira –, que protege
o solo e evita a perda de água. Além disso, a liteira é uma barreira física para
a germinação de sementes de espécies invasoras na lavoura. O sombreamento da
lavoura favorece também o balanço entre fotossíntese e respiração das plantas de
café, de acordo com os especialistas. “Especialmente em regiões muito quentes
como Rondônia, o excesso de calor faz com que os estômatos das plantas se
fechem, o que dificulta a respiração”, explica a pesquisadora Vanda, mestre em
agricultura tropical.Mas os resultados de pesquisa mostram também que é
necessário cuidado com a intensidade da sombra. O cafeeiro é uma planta que
exige bastante luminosidade e por isso é importante utilizar árvores com copas
ralas, que ofereçam sombra na medida ideal.
De acordo com os pesquisadores, também é preciso rever o espaçamento entre os
cafeeiros e a disposição das árvores.Experimento realizado no Campo Experimental
de Machadinho d\’Oeste desde o ano 2000 avaliou quatro espécies de árvores em
lavouras de café. As que apresentaram melhor resultado foram a bandarra
(Schizolobium parahyba var. amazonicum), uma espécie nativa, e a teca (Tectona
grandis), espécie exótica com grande valor comercial para a indústria
madeireira. Os resultados, mostram, porém, uma menor produtividade do cafeeiro,
em comparação com o sistema a pleno sol. “Existem ainda muitas respostas a serem
dadas”, explica a pesquisadora Vanda Rodrigues.
“Mas é importante, também, levar em consideração outros benefícios ambientais
e não apenas a produtividade”, completa. Além da pesquisadora, fazem parte do
time de palestrantes Milton Messias dos Santos, da Secretaria de Estado da
Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (Seagri-RO), Gilvan de Oliveira
Ferro, da Embrapa Rondônia, Ivo Bulhões, da Agência de Defesa Sanitária
Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), Benedito Alves e Fryolan
Antonio, da Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de
Rondônia (Emater-RO).O Dia especial do Café em Machadinho d\’Oeste é uma
iniciativa da Cooperativa Mista Agroindustrial de Machadinho d\’Oeste, com apoio
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Governo do Estado de
Rondônia, do Banco do Brasil e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra). O evento é aberto ao público e começa às 7h no Campo
Experimental de Machadinho d\’Oeste. Mais informações pelo telefone (69)
3581-3661.