Porto Alegre, 02 de março de 2018 – O mercado de café arábica, balizado pela Bolsa de Nova York (ICE Futures US), passou o mês de fevereiro buscando testar a importante linha técnica e psicológica de US$ 1,20 a libra-peso. Terminou o mês mostrando tentar uma consolidando acima deste nível, mas com dificuldades de alçar maiores vôos.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, o café arábica continua com dificuldade em alargar a distância em relação à linha de 120 centavos de dólar por libra-peso na ICE Futures em Nova York. “A sombra da safra recorde brasileira em 2018 ainda pesa negativamente sobre as cotações e tira fôlego do movimento de alta. E, sem força fundamental, o mercado busca acomodação, mostrando vulnerabilidade à flutuação do dólar, petróleo e a outras commodities”, afirma.
Os fundos voltaram a elevar a posição vendida na Bolsa de Nova York. E terminaram o pregão do dia 20 de fevereiro com carteira líquida de 47,8 mil contratos vendidos, entre futuros e opções. O clima favorável no Brasil e o otimismo produtivo balizam essa postura, que eleva a vulnerabilidade desses agentes, principalmente diante do risco com a temporada fria no país, aponta.
“Em todo caso, a demanda mundial não vem encontrando dificuldade em conseguir café, por isso, mantém a estratégia de alongar estoques, enquanto aguarda a safra brasileira, o que também impede um avanço mais consistente nas cotações”, diz o consultor.
No balanço mensal, o arábica na Bolsa de Nova York no contrato maio, caiu 1,8%, tendo saído de 124,20 centavos de dólar por libra-peso no final de janeiro e finalizado fevereiro a 122,00. Para o robusta em Londres, o contrato maio caiu 1,3% no período, passando de US$ 1.747 para US$ 1.724 a tonelada.
No Brasil, o mercado se voltou em fevereiro mais para a comercialização de cafés de média para mais fraca qualidade. Os produtores seguem segurando, na medida do possível, os grãos de melhor padrão. Por outro lado, os compradores também estão na defensiva à espera da safra nova.
Segundo Barabach, o mercado continua mais ativo nos cafés mais fracos, mesmo depois da leve recuperação das bebidas melhores. “É que o produtor espera preço um pouco melhor para esses cafés, em especial. É fato que o vendedor começou a assimilar os novos patamares de preço e de olho na safra nova, que se aproxima, mostra mais disposição em trabalhar os cafés finos”, pondera.
No balanço mensal do mercado físico, o arábica bebida boa no sul de Minas Gerais da safra nova, com 15% de catação, fechou o mês de fevereiro em R$ 430,00 a saca, contra R$ 435,00 do fim de janeiro. Já o conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, recuou no mesmo comparativo de R$ 315,00 para R$ 310,00. O dólar terminou o mês tendo avanços contra o fim de janeiro, passando de R$ 3,181 para R$ 3,244.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS