Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com alta expressiva nesta quinta-feira (2) com o dólar mais baixo ante o real, no Brasil. Esse foi o último pregão da semana no terminal norte-americano uma vez que nesta sexta-feira (3), devido à véspera da Páscoa, a bolsa não estará em operação.
Essa é a terceira sessão consecutiva que os futuros registraram valorização em Nova York e ficaram acima da importante linha técnica de US$ 1,40 a libra-peso, no nível mais alto desde 23 de março. Na segunda-feira, as cotações despencaram quase 600 pontos.
Hoje, os futuros do arábica oscilaram bastante buscando ajustar os patamares para iniciar a próxima semana. O contrato maio/15 encerrou o pregão com 140,90 cents/lb e alta de 605 pontos, o julho/15 anotou 143,75 cents/lb, o setembro/15 teve 146,70 cents/lb e o dezembro/15 registrou 150,65 cents/lb, ambos com valorização de 570 pontos.
De acordo com o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, o mercado tem se focado muito na questão cambial, em semanas anteriores enquanto o dólar subia, as cotações caíam. Agora foi o inverso. “O que imperou no mercado foi a desvalorização do dólar nesta semana mais curta e sem muitas notícias”, explica o analista.
O dólar em queda ante o real representa perda de potencial competitivo para as exportações do Brasil. A moeda norte-americana caiu 1,36% e fechou cotada a R$ 3,1292 na venda.
Ainda segundo o analista, muitos no mercado diante do atual cenário da cafeicultura no Brasil acreditam que para os próximos dias a tendência é positiva. “Nós temos achado que o mercado vai se sustentar e deve se recuperar mais na Bolsa de Nova York, mas tem sido muito difícil precisar porque vimos oscilações muito grandes com a crise econômica e política no Brasil”, diz.
Exportações de café (MDIC)
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), divulgou que as exportações brasileiras de café em março (22 dias úteis) totalizaram 2,860 milhões de sacas de 60 kg. O volume representa uma elevação de 12% em relação ao mesmo período do ano passado quando foram embarcadas 2,556 milhões de sacas. Na receita também houve um aumento de 27%, de US$ 409,3 milhões em março de 2014 para US$ 519,7 milhões.
No acumulado do primeiro trimestre, a receita cambial de café em grão teve crescimento de 40,45%. O País faturou 1,560 bilhão em comparação com US$ 1,111 bilhão no mesmo período de 2014. Os embarques registraram aumento de 5,10%, agora com 8,098 milhões de sacas entre janeiro e março ante as 7,705 milhões de sacas do primeiro trimestre de 2014.
Mercado interno
Nesta quinta, as negociações nas praças de comercialização foram baixas. Praticamente a semana termina hoje e só deve voltar a sua normalidade na próxima segunda-feira devido a Semana Santa.
O tipo cereja descascado tem maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com R$ 548,00 a saca e alta de 2,81% em relação ao dia anterior. Foi a variação mais expressiva no dia.
O tipo 4/5 também teve maior valor em Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 536,00 e valorização de 2,88%. Foi a única oscilação dentre as praças no dia.
O tipo 6 duro manteve maior valor de negociação na cidade de Franca-SP com saca cotada a R$ 490,00 – estável. A maior variação ocorreu em Marília-SP onde a saca valorizou-se 4,65% e está cotada a R$ 450,00.
Na quarta-feira (1), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 1,38% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 451,70.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas