Com previsão de chuva para a próxima semana, os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) recuaram pela terceira sessão consecutiva nesta segunda-feira (19), movimento que fez com que as cotações se aproximassem do patamar de US$ 1,20 por libra-peso.
Os lotes de arábica com vencimento para dezembro/15 encerraram o dia cotados a 123,90 cents/lb com baixa de 195 pontos, o março/16 teve 127,30 cents/lb com recuo de 190 pontos. O contrato maio/16 registrou 129,35 cents/lb, enquanto o julho/16 anotou 131,20 cents/lb, ambos com 180 pontos de desvalorização.
Antes de ter a maior queda em mais de cinco meses na sexta-feira, as cotações do café arábica chegaram a testar o nível de US$ 1,40/lb com as principais cidades produtoras do Brasil registrando clima quente e seco. “O mercado devolveu todos os recentes ganhos de forma muito rápida. A previsão de chuva, mesmo que irregular, acabou pressionando os futuros”, afirma o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach.
De acordo com informações reportadas pela Reuters nesta segunda-feira, as áreas de café do Sudeste devem receber chuvas generalizadas a partir da próxima semana, o que pode assegurar o bom desenvolvimento dos cafezais da safra 2016/17.
O serviço Agriculture Weather Dashboard, da Thomson Reuters, mostra modelos de chuvas mais fortes nos últimos dias do mês de outubro no Sudeste do Brasil, especialmente nas áreas de cana e café.
Apesar dos operadores acreditarem em clima melhor no Brasil para os próximos dias, no curto prazo, a situação ainda demanda atenção dos produtores. Mapas climáticos da Somar Meteorologia apontam que o tempo deve continuar aberto e quente nessa primeira metade da semana nas áreas produtoras de café.
Segundo informações reportadas pelo site internacional Agrimoney, pela manhã, mesmo se vierem agora, as “chuvas chegam tarde demais para algumas áreas de café de Minas Gerais que abortaram uma florada após chuvas no início de setembro, mas podem estimular uma segunda, menos produtiva”.
No longo prazo, para Gil Carlos Barabach, o mercado deve repercutir o câmbio e o desenvolvimento da safra 2016/17. “Os operadores vão estar de olho na florada e pós- florada no Brasil, além do dólar. Mas acredito que as cotações chegaram próximas de seu fundo, o que limita ganhos ou quedas muito expressivas”, explica Barabach.
Exportações do Brasil
As exportações brasileiras de café verde, torrado, moído e solúvel somaram, no período de janeiro a setembro deste ano, US$ 4,6 bilhões, o equivalente a 26,8 milhões de sacas. Os números constam do Informe Estatístico do Café, divulgado nesta segunda-feira (19) pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Na comparação com igual período de 2014, houve queda de 1,43% em valor e de 0,36% em volume exportado.
Mercado interno
Apesar das oscilações no terminal norte-americano, a liquidez interna continua curta e os preços vigentes estão praticamente sustentados. Os produtores seguem retraídos dos negócios à espera de melhor definição entre oferta e demanda.
“Antes de realizar negócios, os produtores têm olhado a composição do dólar e Nova York e pensando em margem, e não apenas em preços”, pondera Barabach.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação nas cidades de Espírito Santo do Pinhal (SP) e Varginha (MG), ambas estáveis. Nenhuma localidade registrou variação hoje.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 550,00 – estável. A maior variação no dia foi registrada em Varginha (MG), com queda de 2,83%, para R$ 515,00 a saca.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 515,00 a saca e queda de 0,96%. A maior oscilação no dia aconteceu em Varginha (MG) com recuo de 2,86% e saca cotada a R$ 510,00.
Na sexta-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou queda de 4,17% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 479,95.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na ICE Futures Europe, antiga Liffe, fecharam em queda nesta segunda-feira. O vencimento novembro/15 encerrou a sessão cotado a US$ 1575,00 por tonelada com queda de US$ 38, o janeiro/16 teve US$ 1601,00 por tonelada com desvalorização de US$ 18, enquanto o contrato março/16 também registrou US$ 1601,00 por tonelada e US$ 32 de recuo.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas