Nesta quarta-feira (26), as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam em alta após registrar cinco perdas consecutivas acompanhando a questão cambial. Na segunda-feira, a queda da moeda chinesa fez os investidores se desfazerem de suas posições nos mercados de ações e commodities e buscar os títulos do Tesouro americano, o que favoreceu a alta do dólar ante o real.
O vencimento dezembro/15 encerrou a sessão com 121,85 cents/lb com avanço de 130 pontos. O março/16 registrou 125,60 cents/ lb e o maio/16 teve 127,80 cents/lb, ambos com valorização de 155 pontos. Já o contrato julho/16 anotou 129,90 cents/lb com avanço de 150 pontos.
De acordo com o analista da Origem Corretora, Anilton Machado, o avanço das cotações no terminal norte-americano hoje representa um movimento natural. “O mercado estava muito sobrevendido, então houve uma correção ante as recentes quedas uma vez que não houve força para as cotações romperem o patamar de US$ 1,20 por libra-peso”, afirma.
Ainda de acordo com o analista, a valorização do dólar ante o real durante a maior parte desta quarta limitou altas ainda mais expressivas. A moeda brasileira menos valorizada sugere maior competitividades nas exportações da commodity. O dólar encerrou o dia cotado a R$ 3,6014 na venda com queda de 0,19%. Na máxima do dia, a moeda chegou a subir 1,33%, a R$ 3,6563.
De acordo com analistas, as chuvas que caíram nas principais regiões produtoras entre ontem e hoje não repercutiram tanto entre os operadores em Nova York. Em algumas localidades houve até queda de granizo.
As precipitações poderiam induzir a florada antecipada, fundamental para a formação da safra a ser colhida no próximo ano. Entretanto, segundo o pesquisador da Procafé, Alysson Fagundes, houve mais prejuízo do que solução. “Em algumas lavouras houve 100% de perdas”, explica.
Estimativa de safra Volcafe
A trading de café suíça Volcafe reduziu em 3,6 milhões de sacas de 60 kg a estimativa para produção de café do Brasil da safra 2015/16. A expectativa é que a colheita atinja 48,3 milhões de sacas nesta temporada, ante 51,9 milhões previstas em maio. As informações são da agência de notícias Bloomberg.
Mercado interno
Os melhores tipos de café continuam sendo negociados no mercado físico em torno de R$ 500,00 a saca. Entretanto, o setor não aparece oferecendo suas colheitas por esse patamar. Vale lembrar que na semana passada houve negócios por R$ 600,00 a saca em algumas praças.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 515,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG), a saca caiu 2,72%, para R$ 465,00.
O tipo 4/5 também registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 515,00 a saca – estável. A maior variação foi registrada em Poços de Caldas (MG) onde a saca teve recuo de 3,11% e agora está cotada a R$ 436,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Araguarí (MG) com R$ 480,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com saca cotada a R$ 422,00 e queda de 0,71%.
Na terça-feira (25), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou desvalorização de 0,11% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 437,12.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na ICE Futures Europe fecharam com leve baixa nesta quarta-feira. O contrato setembro/15 está cotado a US$ 1580,00 por tonelada com queda de US$ 2, o novembro/15 teve US$ 1612,00 e o vencimento janeiro/16 anotou US$ 1630,00 por tonelada, ambos com recuo de US$ 3.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas