Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltaram a fechar em baixa nesta quinta-feira (5). Na sessão anterior, o mercado apresentou recuperação ao avançar quase 700 pontos. No entanto, as chuvas no cinturão produtivo e a valorização do dólar ante o real, mais uma vez, pressionaram os preços.
O vencimento março/15 fechou a sessão com 131,55 cents/lb, o maio/15 anotou 135,05 cents/lb e o julho/15 teve 138,15 cents/lb, ambos com desvalorização de 250 pontos. Já o contrato setembro/15, mais distante, registrou 140,95 cents/lb com 245 pontos de baixa.
De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o fechamento apesar de negativo foi quase neutro com o mercado passando por um processo de consolidação. “Os investidores ajustaram suas apostas no mercado dentro das possibilidades do imediato e assim, um grande processo de acomodação nos patamares acabou saindo prevalecido no final dos trabalhos”, afirma.
Para o analista, amanhã por ser sexta feira é possível que haja a manutenção desta atual trajetória corretiva do mercado sem grandes surpresas.
Mapas climáticos da Somar Meteorologia, apontam que a chuva deve continuar beneficiando lavouras de café na parte norte da Região Sudeste com precipitações mais concentradas nos próximos dias, principalmente, na zona da Mata dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Na Bahia também podem haver algumas chuvas isoladas.
No sul de Minas Gerais e extremo norte de São Paulo, importantes áreas produtoras de café arábica, as chuvas diminuem um pouco de intensidade pelo menos até quarta-feira da próxima semana quando voltam em forma de pancadas.
Para os operadores na bolsa, estas chuvas tem potencial para reverter a deficiência de água dos cafezais e até impulsionar uma melhor produção neste ano do que na temporada anterior. No entanto, quem conhece a realidade do campo sabe que é diferente, e o mercado segue neste jogo especulativo.
Outra questão que contribui ainda mais para a derrocada nos preços do café no mercado externo é a valorização do dólar ante o real, que encoraja as exportações e adiciona mais produto ao mercado internacional. Os operadores sabendo disso derrubam as cotações para embolsar mais ganhos.
Nesta quinta-feira, a moeda norte-americana, subiu pelo quarto dia consecutivo e teve valorização de 1,03%, cotada a 3,0115 reais na venda, após chegar a 3,0231 reais na máxima e 2,9798 reais na mínima da sessão.
Mercado interno
O setor produtivo no Brasil deixas as praças de comercialização dentro de um grande vazio mercadológico. Os cafeicultores não veem outra saída a não ser esperar um melhor momento para voltar para retomar as negociações.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com R$ 515,00 – estável. A variação mais expressiva dentre as praças de comercialização foi na cidade de Poços de Caldas-MG que teve queda de 4,24% e tem saca cotada a R$ 474,00.
O tipo 4/5 também teve maior valor em Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 503,00 – estável. A maior oscilação no dia foi registrada na cidade de Franca-SP com queda de 4,35% e saca cotada a R$ 440,00.
Para o tipo 6 duro, a cidade com maior valor de negociação foi Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 450,00 – estável. A oscilação mais expressiva no dia foi Patrocínio-MG com desvalorização de 6,52% e saca cotada a R$ 430,00.
Na quarta-feira (4), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 1,44% e está cotado a R$ 431,45 a saca de 60 kg.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas