21/11/2014
A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica encerrou esta sexta-feira (21) com alta de quase 200 pontos em uma sessão marcada pela volatilidade e recompras técnicas.
O vencimento dezembro/14 registrou 189,65 cents de dólar por libra peso com alta de 195 pontos, o março/15 anotou 190,70 cents/lb com 185 pontos positivos, o maio/15 teve 193,10 cents/lb com valorização de 190 pontos e o julho/15 encerrou a sessão cotado a 195,35 cents/lb com 195 pontos de avanço.
Na sessão anterior, as cotações fecharam com queda expressiva devido à previsão de chuva volumosa no cinturão produtivo do Brasil e a estimativa do USDA. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos revisou para cima a safra de café 2014/15 que estava estimada em 49,5 milhões de sacas de 60 kg e agora está calculada em 51,2 milhões de sacas, um aumento de 3,4%.
De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o dia no mercado cafeeiro foi lento e até certo ponto, racional. “Após as fortes volatilidades presenciadas no pregão de quinta-feira, o mercado entendeu que ainda não seria a hora de jogar a toalha e desta forma, recompras foram vistas deixando os níveis de fechamento, numa visão técnica bem interessante”, explica.
Nesta sexta-feira, o especialista de agronegócios e alimentos (Food and Agri Research) do Rabobank, Rafael Barbosa, informou durante palestra em Porto de Galinhas-PE, que a colheita de café da próxima safra (2015/16) será entre 42 a 47 milhões de sacas de 60 kg. No entanto, a divulgação não foi motivo para variação dos preços na bolsa norte-americana.
De acordo com boletim climático da Somar Meteorologia, áreas de instabilidade começam a ganhar força no sul do Brasil, trazendo chuvas para o Paraná e faixa sul de São Paulo. Mais ao norte, áreas de instabilidade ainda mantêm as nuvens, mas a chuva diminui em regiões produtoras de café.
Porém, nos próximos dias, as pancadas de chuva aos poucos avançam pelo Sudeste, atingindo grande parte das regiões produtoras ao longo do fim de semana.
Mercado interno
De acordo com Magalhães, os preços que ontem caíram bastante devido à baixa em Nova York, hoje não expressaram grandes alterações. “O setor produtivo de uma forma macro não se intimidou com as volatilidades externas, deixando as praças de comercialização operando dentro de um grande vazio mercadológico”, afirma.
O tipo cereja descascado teve maior valorização na cidade de Poços de Caldas-MG e está cotado a R$ 567,00 a saca com alta de 4,61% em relação ao dia anterior, o maior valor de negociação também foi na cidade.
O tipo 4/5 de café arábica anotou maior valor na cidade de Guaxupé-MG, onde está cotado a R$ 550,00 a saca e estável em relação ao dia anterior, a cidade que apresentou maior variação foi Varginha-MG, onde a saca está cotada a R$ 500,00 e teve alta de 1,01%.
O tipo 6 duro anotou maior valor em Guaxupé-MG com R$ 497,00 a saca e preço estável e a cidade que apresentou maior variação foi Maringá-PR com recuo de 1,23% em relação ao dia anterior, a saca no município sendo negociada a R$ 400,00.
Na quinta-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou queda de 4,43% e está cotado a R$ 473,98 a saca de 60 kg.
Tipo 4/5 fecha com queda na Bovespa
As cotações do café arábica tipo 4/5 fecharam com baixa na BM&F Bovespa. O vencimento dezembro/14 encerrou o dia com US$ 230,00 a saca de 60 kg e queda de 3,36%, o março/15 anotou US$ 232,00 e desvalorização de 2,93% e o setembro/15 está cotado a US$ 238,00 a saca com 3,84% de recuo. Para o tipo 6/7, foi mais um dia sem negócios.
Robusta registra queda na Liffe
As cotações do café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) tiveram queda na sessão desta sexta. O contrato novembro/14 está cotado a US$ 2.069,00 por tonelada com desvalorização de US$ 6 por tonelada e o janeiro/15 teve US$ 2.075,00 por tonelada com queda de US$ 3.
De acordo com Marcus Magalhães, o terminal londrino mostrou que está melhor preparado para enfrentar declarações infundadas e assim, as volatilidades presenciadas foram acima das expectativas.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas