Ausente de novidades fundamentais, o mercado do café sentiu a pressão do mau humor nos mercados globais em um dia marcado pela baixa generalizada das commodities.
Após registrarem alta de até 185 pontos pela manhã, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) recuaram no final dos trabalhos desta quinta-feira (25) e acabaram fechando do lado vermelho da tabela. Ausente de novidades fundamentais, o mercado do café sentiu a pressão do mau humor nos mercados globais em um dia marcado pela baixa generalizada das commodities.
Os lotes com vencimento para março/16 registraram 114,65 cents/lb com baixa de 40 pontos, o maio/16 teve 116,15 cents/lb com recuo de 85 pontos. Já o contrato julho/16 registrou 118,05 cents/lb e o setembro/16 anotou 119,70 cents/lb, ambos com desvalorização de 80 pontos.
Para o analista da Maros Corretora, o dia nos mercados globais foi tranquilo e marcado por operações de ajustes ante as recentes volatilidades. “Mais uma vez, o intervalo mercadológico em Nova York para o café entre 115,00 e 120,00 cents/lb foi respeitado, voltando a consolidar minha teoria de que o ativo tem forças para defender seu espaço”, afirma.
Apesar de fechar do lado vermelho da tabela hoje, as cotações do arábica no terminal externo registraram alta durante a maior parte da sessão, com recompras de fundos sendo registradas e com o dólar em baixa. Ainda assim, de acordo com Magalhães, mesmo com a proximidade da colheita no Brasil, as cotações na ICE devem permanecer em cerca de US$ 1,20/lb.
Nesta quinta-feira, o dólar fechou com baixa de 0,17%, cotado a R$ 3,95 na venda, acompanhando outras moedas da América Latina em uma trégua na aversão a risco. No entanto, os investidores seguem atentos aos preços do petróleo e as incertezas econômicas da China, o que ainda pode trazer fragilidade à moeda.
De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), as lavouras de arábica têm se desenvolvido melhor que na safra passada e, em algumas regiões, a maturação está adiantada. Com isso, os produtores de algumas importantes áreas podem iniciar a colheita já em meados de maio, antecipando a oferta de cafés da nova temporada ainda para o final do primeiro semestre. No geral, os relatos dos produtores são otimistas com o possível aumento do volume e da qualidade dos grãos na temporada 2016/17.
» Café: Safra 2016/17 pode chegar um pouco antes ao mercado
Mapas climáticos da Somar Meteorologia mostram que até sábado estará presente uma condição climática tipicamente tropical com calor e pancadas de chuva durante as tardes no Paraná, São Paulo e Sul de Minas Gerais. Já no domingo, o acumulado de chuva volta a aumentar nestas três áreas.
Mercado interno
Os negócios no mercado físico brasileiro seguem limitados. No entanto, no Sul de Minas, alguns cafeicultores já começam vender seus produtos a preços futuros. “A proximidade da safra cafeeira começa a deixar as cotações vigentes sem um viés forte de alta e ao que parece, este cenário deverá prevalecer nas próximas semanas”, explica Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação em Guaxupé (SP) com R$ 557,00 a saca e alta de 2,39%. A maior oscilação no dia foi registrada em Varginha (MG) com queda de 3,64% e saca cotada a R$ 530,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 557,00 a saca e avanço de 2,39%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 520,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia ocorreu nas cidades de Espírito Santo do Pinhal (SP) e Franca (SP) com queda de 1,96%, ambas com R$ 500,00 a saca.
Na quarta-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 482,08 com queda de 2,56%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, também fecharam em baixa nesta quinta-feira. O contrato março/16 registrou US$ 1327,00 por tonelada e queda de US$ 8, o maio/16 teve US$ 1369,00 por tonelada e recuo de US$ 2, enquanto o julho/16 anotou US$ 1397,00 por tonelada e desvalorização de US$ 5.
Na quarta-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 383,35 com queda de 2,50%.
Fonte: Notícias Agrícolas