As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam em alta nesta quarta-feira (5). Durante o dia, o mercado registrou ampla volatilidade chegando a oscilar nos dois territórios e testou abaixo de 125,00 centavos de dólar por libra-peso buscando acomodação ante as recentes baixas.
O vencimento setembro/15 registrou 125,90 cents/lb com alta de 100 pontos. O contrato dezembro/15 anotou 129,00 cents/lb, o março/16 teve 132,40 cents/lb e o maio/16 fechou o dia com 134,55 cents/lb, ambos com valorização de 95 pontos.
Para o analista do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, o mercado segue recuperando-se tecnicamente ante as recentes quedas. Porém o dólar continua subindo forte ante o real. Desta forma, para ele, as cotações ainda devem continuar bastante voláteis. A alta do dólar contra o real sugere ainda maior força para o Brasil exportar a commodity.
Em julho, a queda na bolsa norte-americana foi de 5,7% em relação a junho. A alta do dólar frente ao real e outras moedas, a melhora no clima, que beneficia a colheita, e a menor demanda no Hemisfério Norte neste verão foram os principais fatores de pressão, informou a Safras & Mercado.
“Nos últimos dias, com a subida do dólar ante o real, os operadores na bolsa acabaram derrubando as cotações para embolsar os ganhos, mas agora corrigem os patamares”, explica Carvalhaes.
De acordo com informações do Agrimoney, os futuros do arábica em Nova York caíram pela manhã mesmo com um adendo da Procafé, divulgado ontem pelo Notícias Agrícolas e pela Reuters, com relação a safra atual.
Segundo o presidente da instituição, José Edgard Paiva, a safra atual de café, provavelmente será entre 20% e 30% menor do que o previsto em março, 41 milhões a 43 milhões de sacas de 60 kg. A estimativa é bem abaixo das mais de 50 milhões de sacas previstas pela Volcafé e pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
O site internacional pondera que os operadores na bolsa não repercutem tanto essa informação pois os números da Procafé estão alinhados aos do governo, que muitas vezes tem uma visão pessimista da produção de café doméstica.
Mercado interno
Os negócios nas praças de comercialização do Brasil permanecessem esporádicos. De acordo com o analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães, os preços conseguem se sustentar e até subir um pouco com a alta do dólar. “Dentro deste cenário cambial o agronegócio leva certa vantagem já que os preços conseguem se sustentar e até subir um pouco graças a forte aceleração cambial”, pondera o analista.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 523,00 e alta de 0,58%. A oscilação mais expressiva foi na cidade de Poços de Caldas-MG com alta de 2,26% e saca cotada a R$ 497,00.
O tipo 4/5 também registrou maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 523,00 a saca e avanço de 0,58%. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca-SP onde a saca subiu 4,35%, para R$ 480,00 a saca.
O tipo 6 duro teve maior valor na cidade de Guaxupé-MG com R$ 466,00 a saca e valorização de 0,65%. A maior oscilação no dia foi registrada na cidade de Marília-SP com alta de 2,44% e saca cotada a R$ 420,00.
Na terça-feira (4), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou alta 1,13% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 437,44.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) também fecharam em alta nesta quarta-feira. O contrato julho/15 está cotado a US$ 1648,00 por tonelada com valorização de US$ 10, o setembro/15 teve US$ 1670,00 por tonelada e avanço de US$ 12 e o novembro/15 anotou US$ 1683,00 por tonelada com US$ 8 de valorização.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas