As chuvas que caem pelo cinturão produtivo de café do Brasil, no geral, têm contribuído para o desenvolvimento das lavouras da safra 2016/17.
Na região do Cerrado e Sul de Minas Gerais, por exemplo, a colheita pode ser antecipada em até um mês. No entanto, a maior umidade no solo, também tem favorecido o aparecimento de algumas doenças nos cafezais e em algumas fazendas a situação já preocupa os cafeicultores.
O presidente do Sindicato Rural de Três Pontas (MG), no Sul do estado, Gilvan Mendonça Mesquita, afirma que os produtores estão tentando fazer o controle da ferrugem e também da cercospora – essa é causada pela deficiência nutricional – nas plantações. “O ataque está elevado na região. No caso da ferrugem, a doença está desfolhando a planta e pode trazer prejuízos para a próxima temporada. Já a cercospora pode afetar a qualidade dos grãos. Esse cenário já pesou no bolso dos produtores”, explica.
A Fundação Procafé, por sua vez, estima que o número de lavouras afetadas por doenças causadas pela alta umidade no cinturão produtivo é baixo. No entanto, o cafeicultor sempre deve estar atento às condições das lavouras para iniciar rapidamente o tratamento.
“A ferrugem é um fungo que acontece quando se tem excesso de umidade associado às temperaturas mais elevadas, principalmente, nesse período mais tardio”, afirma o engenheiro agrônomo da Procafé, André Luiz Garcia. Ainda segundo o especialista, outra doença que também costuma atingir os cafezais em períodos mais chuvosos é a mancha aureolada, uma bactéria que se desenvolve com excesso de umidade associado às baixas temperaturas e ocorrência de ventos.
Apesar da ocorrência de doenças em algumas lavouras, a expectativa dos especialistas é de que a produção de café da safra 2016/17 seja maior que a anterior. Entretanto, para alguns produtores, a produção não será suficiente para recuperar as perdas dos últimos anos. “Os cafeicultores estão descapitalizados e as dívidas são grandes”, explica Mesquita.
Segundo o SIMGE (Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais), a chuva deve persistir durante todo este mês de março no Sul do estado, com volumes acima do normal. Entre 150 e 275 milímetros no mês.
Fonte: Notícias Agrícolas