SAFRAS (03) – As variações da temperatura têm despertado a atenção do
consumidor, que constata que o excesso de chuva, ou a falta dela, recai sobre a
alta de preços nos alimentos, responsáveis pela pressão sobre o Indice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no primeiro semestre deste ano.
Segundo especialistas, essa preocupação tende aumentar com a possível
chegada do El Niño, notícia que já mexe com os mercados mundiais. O fenômeno
é marcado pelo aquecimento incomum das águas do Pacífico à costa leste
sul-americana, que pode alterar padrões climáticos no mundo todo.
Previsto para acontecer em julho – normalmente o fenômeno ocorre no fim do
ano – o El Niño de 2014 tem se tornado tema de análises do Banco Mundial, que
prevê alta de preços no café. As chuvas do El Niño não vão beneficiar em
nada a colheita do café no Brasil, que termina em setembro e foi prejudicada
pela seca.
Na avaliação de Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes,
especializado em cafeicultura, “a chuva ajudará na florada da safra seguinte,
mas afeta a qualidade do grão que está sendo colhido”, informa. “Somente no
fim da safra vamos ter noção da qualidade do grão que entrará no mercado”,
avalia a barista Cecília Sanada.
Segundo o diretor Paulo Etchichury, da Somar Meteorologia, normalmente os
efeitos do El Niño no país causam chuvas no Sul e seca no Nordeste. Mas essa
avaliação precisa ser revista conforme as particularidades do fenômeno.
“Não dá para simplificar o El Niño e suas consequências no mercado.” As
informações são do Valor Econômico, divulgadas pelo CaféPoint.
(CS)