10/01/2014
A Organização Internacional do Café (OIC) divulgou um relatório nesta quinta-feira (9) prevendo que a queda nos preços do café continuará e não acredita em uma rápida recuperação do mercado.
A instituição acredita em um mudança de tendência somente no longo prazo, uma vez que acredita que a pressão vendedora deva se manter e a redução prevista para a produção na próxima safra não seja muito expressiva. “Olhando para 2013/2014, o Brasil prevê safra de 49,15 milhões de sacas, apenas 3,3% menor que a safra 2012/2013 e outros grandes países exportadores têm perspectivas mistas”, informou o boletim da OIC.
No entanto, a possível recuperação prevista pela entidade mais adiante é justificada, ainda segundo seu último relatório, pelos estoques certificados se aproximando dos mínimos históricos e ainda do crescimento do consumo que segue em torno de 2,4%. “Isso faz com que a a demanda pelo café continue a ser flutuante e deve fornecer potencial de crescimento de longo prazo’.
Contrariando essas expectativas, o analista de mercado Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, acredita nessa recuperação um pouco mais rápida do mercado do café. “Eu não acho que 2014 será um ano tão ruim quanto falavam os operadores de bolsa lá fora”, diz.
A nova safra a ser colhida no Brasil, de acordo com o analista, será de ciclo alto, mas, em função de problemas climáticos e dos preços baixos nao será muito diferente da colhida em 2013. “Tudo isso deve influenciar nos preços. Eu não acredito em preços muito altos, mas também não acredito em muita pressão sobre os preços em 2014”.
O analista afirma ainda que a produção mundial ficou ligeiramente acima do consumo, o qual continua firme e crescendo. “A melhor definição da economia americana, que começou a crescer no ano passado, e as expectativas de que a economia europeia pode se recuperar melhor esse ano trazem também esse aumento do consumo. E o inverno tem sido muito rigoroso, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, e isso significa um consumo maior. Nem na crise de 2008 o consumo arrefeceu, nós não temos novos países começando a tomar café. Eu acredito que esse ano terá um ar mais otimista do que acreditava os operadores”.
Carvalhaes lembra ainda que nesse início de ano acontece também o exercício das opções do Governo Federal. Assim, serão 3 milhões de sacas de café de boa qualidade retiradas do mercado. “Se o mercado físico não caminhar para R$ 320,00 / R$ 330,00, certamente, que comprou suas opções vai exercê-las (…) Esse mês de janeiro vai dizer pra onde vão os preços e se os compradores precisarem desse café vão elevar esses valores”.
O superintendente comercial da Cooxupé, Lúcio Dias, também acredita em uma recuperação do mercado de café em 2014. “Já começa a aparecer uma queda de produção em quase todos os países, e nós não vamos ter a super safra que todos imaginavam nesse ano. Juntando esses fatores, devemos ter esse início de recuperação”, disse em entrevista ao Notícias Agrícolas.