Café: altas modestas em NY marcam manhã desta quinta-feira

03/07/2014 – Mercado de café arábica segue estável registrando leves altas na manhã desta quinta-feira (03) na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US). Depois de uma terça-feira (01) agitada com quedas de mais de 400 pontos, os preços reagiram modestamente na sessão de quarta-feira (02) e seguem na mesma tendência no pregão de hoje.


O vencimento setembro apresenta alta de 110 pontos e trabalha às 9h10 (horário de Brasília) a 174,40 centavos de dólar por libra-peso. Já os contratos com entrega para dezembro registram 177,65 cents/libra-peso. Março/2015 anota 181,15 e maio/2015 sobe 230 pontos, para 182,00 centavos/libra-peso.


Segundo analistas de mercado, essas alterações modestas na Bolsa de NY são ajustes técnicos, depois de quedas bruscas registradas nessa e na semana passada.


Veja como fechou a sessão de ontem: 


Café: NY fecha em alta diante de movimento técnico


Após semana de muita volatilidade, com cotações em queda na terça-feira (01) de 400 pontos na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US), o café arábica encerrou a sessão desta quarta-feira (02) em alta em torno de 240 pontos para os contratos mais negociados.


O pregão de hoje apresentou características mais estáveis em relação aos últimos dias e se manteve acima durante todo o período.


O vencimento setembro fechou em 173,30 centavos de dólar por libra-peso. Os contratos com entrega para dezembro e março/2015 subiram 240 pontos para 176,95 cents/libra-peso e 180,20 cents/libra-peso respectivamente. Já maio/2015 registrou 182,05 cents/libra-peso.


“O mercado reagiu de acordo com ajustes técnicos, já que vinha de uma perda de mais de 400 pontos”, explicou Marcus Magalhães, operador da Maros Corretora.


O diretor de exportações da Qualicafex José Staut tem a mesma opinião de Marcus. “As altas se devem à movimentação técnica em uma faixa que consideramos normal, entre 170 a 210 centavos por libra-peso”, concluiu o executivo.


O cenário segue para tendências altistas diante da confirmação da quebra nacional. “Na região de Garça, a quebra foi muito grande. Eu tenho a lavoura bem cuidada, e minha colheita está quase completa, por isso posso garantir que terei quebra em torno de 28%. Conversei com colegas da região também e aqui a quebra deve ficar em 20 a 30%”, concluiu o produtor de café arábica José Estevão.


“O campo positivo é notório. A tendência é de uma consolidação do mercado”, afirmou Marcus.


João Stautus é mais cauteloso, mas também acredita na alta. “A minha posição é de ligeira recuperação por conta das informações que já são divulgadas sobre a quebra na safra nacional”.


Impactos sobre a safra 2015
A grande preocupação no momento se deve ao número real da quebra da safra brasileira, mas também ao fato de que a produção 2015 vai ser ainda mais afetada pela estiagem, que atingiu o início do ano as regiões cafeeiras, a maior seca em 71 anos.


“A expectativa para a floração em setembro é maior do que a normal, porque não choveu e essa tensão pode provocar reações, inclusive, em Nova Iorque”, explicou Staut.


Compradores, produtores, analistas de café… Todos tem a mesma visão de que será um ano muito difícil para as lavouras de café que sofreram e ainda sofrem um grande estresse hídrico.


“Andei em 70% da região cafeeira de Minas Gerais e posso afirmar que a situação é grave. Prevejo uma quebra de 70% na safra do ano que vem. Vai ser uma das menores safras de café que o Brasil já teve. Talvez a produção do café conilon (robusta) possa não ter sido tão afetada e levante os números brasileiros, mas vai faltar café arábica no mercado e a tendência é que valha três vezes o valor atual”, analisou Armando Matielli presidente da Associação Nacional dos Sindicatos Rurais das Regiões Produtoras de Café e Leite (Sincal).


José Estevão fica ainda mais apreensivo em relação à pequena oferta de café para futuro próximo. “De 20 de julho pra frente, a tendência é de alta porque não vai ter café no mercado e quem tiver vai pedir um valor melhor.”


“Estamos no inverno, uma época tradicionalmente seca e algumas regiões como o Sul de Minas está há 150 dias sem ver água. Diante desse cenário a pergunta que fica é: como está a saúde das lavouras para a safra 2015?”, questionou Marcus Magalhães, indicando que a preocupação é geral.


Fonte: Notícias Agrícolas // Talita Benegra

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