Avaliação foi feita por Andrea illy, presidente da Illycafè, que está em São Paulo para a premiação organizada pela empresa
Por Globo Rural
A cafeicultura brasileira está pronta para enfrentar mudanças climáticas sem perder a qualidade do grão nas principais praças produtoras, devido ao avanço de práticas regenerativas do cultivo. É o que avalia o presidente da Illycafè, Andrea Illy. Ele está em São Paulo para a 33ª premiação Ernesto Illy de Qualidade Sustentável do Café, hoje, na capital paulista.
Atualmente, menos de 30% das fazendas de café no Brasil são “regenerativas”. Mas, para o executivo, a tendência é dessa proporção aumentar e o uso da prática ser acelerado, graças à mecanização, ao excedente de áreas degradadas para recuperação e a um processo de “descommoditização” do grão no mundo com requisitos ambientais no cultivo, colheita e pós-colheita.
Segundo ele, no mundo, a estimativa é que até 50% das terras com café deixem de ser produtivas por causa das alterações climáticas, especialmente, fora do Brasil. Porém, a competitividade brasileira e a renovação de plantas – que ocorre em até 12 anos – permitem uma adaptação melhor, em comparação com países como Índia, Vietnã e nações da África.
“Na Índia e no Vietnã, por exemplo, plantas têm de 80 a 100 anos. Por serem mais antigas, podem produzir menos, impactando os negócios nesses países. Dada a eficiência da cafeicultura brasileira, isso não acontece. Além disso, o Brasil possui diferentes ecossistemas para produzir café e expandir a produção”, explicou Illy.
Segundo ele, a cafeicultura regenerativa pode se desenvolver em pelo menos 80 milhões de hectares de áreas degradadas no Brasil. Atualmente, 2 milhões de hectares têm plantações de café arábica e canéfora.
“E ao menos 20% das pastagens degradadas podem se tornar lavouras de café sem desmatar e com benefício ambiental para sequestro de carbono e recuperação da biodiversidade por meio da agricultura regenerativa”, salientou.
O presidente da companhia italiana destaca que o café brasileiro ajuda a elevar o padrão dos negócios da Illy no mundo. “Hoje, o Brasil não é só líder em quantidade, mas em qualidade de café. O país tem uma fórmula, hoje, para oferecer café com responsabilidade ambiental”, agregou.
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