Café: Agricultura diz que contratos de Opções saem até o final do mês

5 de setembro de 2013 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

05/09/2013  Café da terra


Brasília, 04/09/2013 – Os leilões de contratos de opções de venda de café serão realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) até o final deste mês, disse há pouco ao Broadcast o diretor do Departamento de Café do Ministério da Agricultura, Jânio Zeferino.


Havia expectativa de que os leilões fossem definidos nesta semana, com a publicação do aviso das operações, que devem retirar do mercado até 3 milhões de sacas de 60 quilos. Zeferino afirmou que as regras já foram definidas, mas falta a publicação da portaria interministerial que irá regulamentar os leilões, que devem implicar no desembolso de R$ 1 bilhão caso todos arrematantes dos contratos exerçam a opção de venda na época do vencimento, em março do próximo ano. Ele afirmou que os recursos para bancar a compra do café estão assegurados no orçamento das Operações Oficiais de Crédito (2OC).


O diretor acredita que os preços do café devem reagir no mercado internacional a partir da realização dos leilões de opções, “pois implica na possível retirada do mercado de 3 milhões de saca de café de qualidade”. Ele atribui a atual queda dos preços do café à estratégia dos importadores de transferir para os países produtores o encargo de carregar estoques. “Antes tinham estoques para cinco meses e agora carregam para apenas dois meses”, diz Zeferino, que vê sinais de melhoras no cenário internacional e de retomada da demanda de curto prazo. Atualmente, a cotação do café da variedade arábica está em R$ 280/saca e o preço mínimo de garantia estabelecido pelo governo é de R$ 307/saca. Nos leilões de opções de venda o valor de referência para a época de vencimento será de R$ 343/saca para o café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, com até 86 defeitos, peneira 13 acima.


Zeferino explicou que nos leilões haverá limite de contratos por produtor e que só poderão ser ofertados cafés colhidos em 2013.


Os ágios e deságios em relação ao valor de referência levarão em conta os padrões utilizados pela Conab. O café arábica tipo 4/5, bebida dura para melhor, com até 36 defeitos, peneira 14 acima, terá um ágio de 3,34% para R$ 354,46/saca. O arábica tipo 7, bebida dura, peneira 13, com até 160 defeitos, terá deságio de 3,33% para R$ 331,58/saca. O arábica tipo 7, bebida riada, peneira 13, com até 160 defeitos, terá deságio de 8,77% para R$ 312/saca. Já o arábica tipo 7, bebida rio, peneira 13, com até 160 defeitos, terá deságio de 19,65% para R$ 275,60/saca.


Funcafé – Jânio Zeferino afirmou que até sexta-feira devem ser publicados os contratos assinados por mais 16 bancos que irão repassar recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para financiar a produção, exportação e indústria. Ele disse que os oito bancos que já assinaram os contratos repassaram até hoje R$ 538,1 milhões do Funcafé. O montante previsto para o Funcafé é de R$ 3,16 bilhões, mas haverá recurso adicional de R$ 1 bilhão do Banco do Brasil.


Zeferino explicou que o banco oficial assumiu o compromisso de aplicar recursos próprios na mesma proporção do que repassar do Funcafé. O Banco do Brasil também aplicará recursos próprios, da
ordem de R$ 650 milhões, para financiar a compra de 2 milhões de sacas de café arábica pela indústria da torrefação, com prazo de 36 meses para pagamento. O banco assina um acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) na próxima segunda-feira, em Belo Horizonte, durante a Semana Internacional do Café. Um acordo semelhante está sendo discutido com a indústria do solúvel para financiar a compra de café.


Vale lembrar que o Funcafé já conta com R$ 500 milhões para financiar a aquisição de café pelas indústrias, exportadores e cooperativas. O governo também disponibilizou crédito para capital de giro, sendo R$ 200 milhões para as torrefações; R$ 150 milhões para as indústrias de solúvel; e outros R$ 450 milhões para as cooperativas. Os recursos para financiar estocagem somam R$ 1,140 bilhão. O diretor explicou que a demora na liberação dos recursos do Funcafé nesta safra ocorreu por causa da aprovação do Orçamento pelo Congresso Nacional. Ele disse que o governo decidiu antecipar para este mês a liberação dos recursos para financiamento de custeio (R$ 650 milhões), que normalmente são liberados a partir de outubro. (Venilson Ferreira – venilson.ferreira@estadao.com)


Fonte : Agência Estado / Broadcast


Comentário


Elisangela

É um absurdo o cenário que a cafeicultura está vivendo, é um descaso enorme do governo que não faz nada de concreto para ajudar nós produtores principalmente nós de Minas Gerais que vivemos do café. Se fala de café a 307,00 a sc, mas o produtor está vendendo á 250,00 a sc do bebida e 190,00 o rio estamos todos pela falencia. E em um país que se colhe 52 milhões de sacas o governo quer tirar do mercado 3 milhões de sacas, parece até brincadeira!!

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