EFE
BARCELONA – Café a 50 centavos de euros, sanduíches a um euro (US$ 1,2) ou jantares pela metade do preço às terças-feiras e às quartas-feiras, são algumas das receitas elaboradas por vários empresários do ramo de restaurantes de Barcelona para contornar a redução no movimento pela crise econômica e, ao menos, cobrir seus custos.
Empresários como José Maria Cañellas, encarregado de um dos pontos da franquia “Tapasbar”, perceberam que hoje os clientes contam cada vez mais os euros, e até centavos, na hora de entrar e consumir num café ou restaurante. Também pensam assim Jordi Noguera, que gerencia o restaurante “Ca la Nuri”, e David Chimeno, dono da “La Moreneta”. Os dois oferecem em seus estabelecimentos ofertas que não passam despercebidas. Melhor para o turista que poderá economizar em suas refeições
Depois de uma trajetória de mais de 40 anos como empresário, tendo superado muitas dificuldades, Cañellas está convencido de que também sobreviverá à atual crise, buscando novas fórmulas, mantendo “os olhos bem abertos e a cabeça fria diante de uma situação que é crítica de verdade”. Por este motivo, o empresário oferece cafés a somente 50 centavos de euros ( US$ 0,60 ou R$ 1,40), enquanto o preço médio nas grandes cidades beira um euro. A oferta inclui lanches a um euro e menus para jovens a 5 euros (US$ 6 ou R$ 15), que incluem um prato de carne ou peixe, o pão e a bebida, o que tem significado um fluxo maior de clientes ao local. José Maria Cañellas tem consciência de que os preços são excessivos e que a hora é de pensar na sobrevivência do negócio:
“Temos que pensar em nos aproximarmos da realidade, em como colaborar com nossos clientes, tendo que deixar a rentabilidade para um segundo plano”.
– Procuramos ser solidários, estar ao lado de nosso público fiel e passar o ano procurando ser útil aos clientes, aguardando a chegada de tempos melhores – resigna-se Cañellas.
Jorde Noguera, proprietário do restaurante especializado em peixes e frutos do mar “Ca la Nuri”, certa noite, ao ver que não havia nenhum cliente no restaurante, se viu obrigado a cortar custos e pessoal, passou a oferecer descontos de 50% no jantar às terças-feiras e às quartas-feiras de fevereiro e março.
-As noites no meio da semana são muito difíceis, porque sair de casa acabam custando caro aos clientes – explicou Noguera.
O dono do restaurante conta que antes da promoção recebia apenas de seis a oito clientes no salão. Mas com a novidade, passou a receber mais de 30 pessoas a cada noite.
– Não é que estejamos ganhando, mas se você abre um negócio, paga aluguel, e tem os garçons, copeiros, cozinheiros, o pescado fresco do dia, os gastos são iguais – assim, os clientes é que aproveitam a oferta, “ajudam a cobrir os gastos” e a manter aberto o estabelecimento.
David Chimeno, que foi responsável pelo “La Moreneta” por nove anos, há dois anos decidiu comprar a casa dos antigos proprietários, que se aposentaram. E, para amenizar os efeitos da crise que atingiu a Espanha, resolveu esticar a promoção dos meses de verão – um bônus no tipo ’10 1′ – por todo o ano.
Ele reconhece que nos últimos meses registrou-se no negócio uma “queda assombrosa” no movimento, principalmente para as refeições a la carte e nas reservas para jantar. O impacto já se nota também no preço do menu do dia, que agora custa 9,50 euros (US$ 11,9 ou R$ 28,40). Além do bônus anticrise, o empresário pensa em oferecer um cardápio mais barato os dias úteis, em torno de 6 euros (US$ 7,50 ou US$ 18).