Trezentas e oitenta e uma propriedades cafeeiras de Minas Gerais, sendo a maioria da agricultura familiar, obtiveram certificação que garante para elas um novo “status”. As propriedades que conquistaram essa condição vêm utilizando boas práticas de produção, conforme a exigência atual do mercado, inclusive internacional.
Uma das boas práticas consiste em ter visão ampla dos cuidados com o meio ambiente em todos os estágios da produção do café. “As auditorias feitas pela empresa IMO Control confirmaram também que as propriedades atendem às normas trabalhistas, ressaltando o bem-estar e a segurança do trabalhador. Além disso, observam os princípios da segurança alimentar”, enfatiza o assessor especial de café da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wilson Lasmar.
O trabalho de certificação faz parte do programa Certfica Minas, desenvolvido pelo governo do Estado. Ele tem o objetivo de atestar a conformidade das propriedades produtoras de acordo com as exigências do comércio mundial, possibilitando ao café mineiro conquistar novos mercados. É o primeiro programa de certificação de propriedades cafeeiras no Brasil executado por um
governo estadual. “Esse programa, que tem a gestão do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), é essencial para que os produtores tenham condições de se tornarem mais competitivos, porque a qualidade de seu café se torna amplamente reconhecida”, afirma Wilson Lasmar.
As propriedades cafeeiras, antes de serem certificadas, passaram por uma auditoria do IMA. Localizadas em várias regiões do Estado, elas vão continuar recebendo orientação para aprimorar o seu gerenciamento. O trabalho de acompanhamento e orientação técnica vendo sendo realizado pelos extensionistas da Emater-MG desde o lançamento do programa. “Ao término da adequação das
propriedades, o IMA recebe a informação para fazer a auditoria interna. das propriedades”, informa o assessor. O trabalho realizado pelas duas instituições vinculadas à Secretaria da Agricultura é pré-requisito para a atuação da auditora internacional IMO Control. De acordo com Lasmar, essa empresa tem grande experiência internacional, sendo auditora e certificadora de diferentes produtos.
“Como a certificação deve ser revalidada, por amostragem, a cada ano, os produtores terão de ficar atentos ao cumprimento das boas práticas e buscar a melhoria constante”, insiste o assessor. Por isso, todas as propriedades contarão com a assistência permanente de extensionistas da Emater-MG. Ao mesmo tempo, os técnicos vão acompanhar o trabalho de adequação de novas
propriedades até o cumprimento da meta do governo de Minas Gerais, que é certificar 1.500 propriedades cafeeiras no Estado até 2011.
Como o trabalho foi feito em grupos de propriedades e houve envolvimento dos órgãos da Secretaria da Agricultura no trabalho de adequação das fazendas, cada produtor pagou menos de R$ 200,00 pela certificação. Normalmente, o valor de outras certificações é bem mais elevado, podendo chegar a R$ 20 mil.
Produto de valor
Minas Gerais lidera a produção de café no país, com safra de 23,8 milhões de sacas em 2008, ou mais de 51% da safra nacional, que alcança aproximadamente 46 milhões de sacas. É o principal produto da pauta de exportações do agronegócio mineiro e o segundo entre as exportações totais do Estado. As vendas do café de Minas no exterior, de janeiro a novembro do ano passado, alcançaram US$ 2,7 bilhões, ou 17% a mais que o valor do mesmo período de 2007, informa a Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura, que organizou os dados.