Os números fazem parte do primeiro levantamento da safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira, 17.
São Paulo, 17/01 – A safra brasileira de café em 2017, cuja colheita se inicia entre abril e maio próximos, deve alcançar entre 43,65 milhões e 47,51 milhões de sacas de 60 quilos do produto beneficiado, somadas as espécies arábica e conilon. O resultado corresponde a uma diminuição entre 15% e 7,5% quando comparado com a produção de 51,37 milhões de sacas do ciclo anterior (a segunda maior da história). Os números fazem parte do primeiro levantamento da safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira, 17.
De acordo com o estudo, a produção de café arábica (que domina os cafezais brasileiros, representando 80% do total produzido) deve encolher entre 19,3% e 12,7%, para entre 35,01 milhões e 37,88 milhões sacas. “Isso se deve ao ciclo de bienalidade negativa da cultura (alternância de ano de safra cheia com outro de safra menor)”, informa a Conab, em comunicado.
Já a produção de conilon, que representa 20% do total de café do País, está estimada entre 8,64 milhões e 9,63 milhões de sacas, com um crescimento esperado de 8,1% a 20,5% comparado com a safra de 2016. “Os números se devem à recuperação da produtividade nos Estados da Bahia e de Rondônia, bem como ao processo de maior utilização de tecnologia do café clonal e mais investimentos nas lavouras”, diz a Conab.
No Espírito Santo, maior produtor nacional de conilon, nos últimos três anos com o baixo índice pluviométrico, houve diminuição da área em produção por causa do esgotamento das barragens, rios e córregos e a proibição do uso da irrigação, “resultando em estresse severo das plantas que, em quantidade anormal, foram recepadas ou arrancadas”, relata a Conab.
A estatal acrescenta que “esta situação interrompeu uma sequência contínua de aumento na produção de café no Estado”. A produção de 9,95 milhões de sacas obtida em 2014 caiu para 5,04 milhões em 2016. Para a nova safra, 2017, com melhora das condições climáticas, estima-se uma recuperação na produtividade em relação à safra anterior, estimada entre 19,56 sacas e 22,49 sacas por hectare mas, em virtude da “redução da área produtiva, estima-se um volume próximo da safra anterior”.
A área total plantada no País tem expectativa de aumento de 0,2% em relação a 2016, devendo atingir 2,23 milhões de hectares. “No entanto, prevê-se uma redução de produtividade em termos gerais entre 12,6% e 4,9%, podendo situar-se entre 23,02 sacas e 25,05 sacas por hectare. “O arábica, que mais sofre a influência do ciclo atual de baixa bienalidade, deve ter produtividade entre 23,48 sacas e 25,40 sacas por hectare”, prevê a Conab.
Conforme a estatal, no caso do conilon, espécie mais rústica e tolerante às pragas, deve ocorrer uma recuperação parcial do potencial de produtividade, variando de 21,33 sacas e 23,78 sacas por hectare, com ganhos entre 13,4% e 26,5%.
Em contrapartida, há previsão de uma diminuição de 4,7% na área em produção por problemas climáticos pontuais, como seca e má distribuição de chuvas por três anos consecutivos no Espírito Santo.
Fonte: Q10/Estadão Conteúdo