A Companhia Cacique de Café Solúvel, dona da marca Café Pelé, planeja expandir seus negócios no mercado interno. Empresa com perfil exportador, com 95% do volume de café solúvel voltado para o mercado externo, a Cacique está montando uma estratégia para a
A Companhia Cacique de Café Solúvel, dona da marca Café Pelé, planeja expandir seus negócios no mercado interno. Empresa com perfil exportador, com 95% do volume de café solúvel voltado para o mercado externo, a Cacique está montando uma estratégia para aumentar suas vendas de café torrado e moído e solúvel nas regiões Centro-Oeste e Nordeste do país.
A empresa estuda abrir filiais no Centro-Oeste e prepara sua volta ao mercado nordestino, segundo o diretor Antonio Paulino Martins. Hoje suas vendas de café torrado e moído, além do solúvel, estão concentradas no Sul e no Sudeste. “A estratégia da empresa é continuar expandindo em novas áreas”, disse ele.
A retomada da distribuição de seus produtos para a região Nordeste ocorrerá 15 anos depois de a empresa sair daquela região. “Já estivemos presente no Nordeste, mas por uma decisão estratégica da Cacique àquela época decidimos sair daquele mercado”, lembrou Martins.
Os planos da empresa para 2006 também incluem investimentos da ordem de US$ 3 milhões, dos quais US$ 2 milhões serão destinados para ampliação da fábrica de torrado e moído da empresa, instalada em Alphaville (SP). Hoje a capacidade produção de torrado é de 18 milhões de quilos e deverá aumentar para 20 milhões de quilos por ano, segundo Martins. O restante será destinado a campanhas publicitárias.
A fábrica de solúvel da empresa, instalada em Londrina (PR), não deverá receber investimentos significativos no próximo ano. Haroldo Bonfá, diretor adjunto de marketing internacional e comercial da empresa, disse que a Cacique já tinha investido US$ 5 milhões entre 1999 e 2000 no complexo de Londrina.
A companhia deverá encerrar o ano com vendas no mercado interno de 18 milhões de quilos de café torrado e moído, 10% mais que em igual período do ano passado. As vendas de solúvel deverão atingir 800 toneladas, 25% acima de 2004. Já a comercialização de cappuccino deverá alcançar 400 toneladas.
No front externo, a empresa – segunda maior exportadora de solúvel do país, atrás da Nestlé – deverá encerrar o ano com 21 mil toneladas embarcadas. Hoje as exportações do produto respondem por 70% do faturamento da Cacique, que foi de R$ 394,9 milhões em 2004. A companhia é uma das poucas do setor que tem capital aberto, mas seus papéis têm pouca presença em bolsa.
No exterior, a aposta é na marca Café Pelé, tanto para torrado e moído, com exportações ainda incipientes (da ordem de 100 toneladas), quanto para solúvel, carro-chefe da companhia, com 21 mil toneladas. Na Rússia, maior importador mundial de café solúvel e principal cliente da Cacique, o país compra 100% do produto com a marca Café Pelé. A empresa também trabalha com a marca Cacique, que é vendida a granel para os Estados Unidos.
A empresa foi fundada pelo empresário Horácio Sabino Coimbra em 1959, mas começou a operar em 1966, com 100% da produção de solúvel voltada para o exterior. Em 1970, passou a produzir café torrado e moído e ali começou a usar a marca Café Pelé.
Além dos negócios com café solúvel e torrado e moído, a empresa mantém hoje no complexo de Londrina (PR) uma fábrica de embalagens ráfia destinada para as indústrias de adubos e cimentos. Esse segmento representa 10% do faturamento da empresa.