Bunge fecha fábricas em reação à crise no campo

6 de dezembro de 2005 | Sem comentários Comércio Empresas
Por: Valor por Fernando Lopes, Denise Neumann e Vera Saavedra Durão De São Paulo e do Rio

A Bunge Fertilizantes, maior empresa do setor, conclui nos próximos dias o fechamento de sete de suas 35 unidades de mistura de adubos, parte de um programa de redução de despesas que inclui a demissão de 10% dos empregados. Mário Barbosa, presidente da divisão, diz que adiou a decisão enquanto foi possível, mas, diante da crise do agronegócio e das perspectivas sombrias para 2006, não teve saída. Pela mesma razão, a Bunge Alimentos antecipou as paradas de fábricas programadas para o fim de ano, movimento seguido por outras esmagadoras.

Medidas como essas estão sendo adotadas em todo o agronegócio, que viu minguar as expectativas de renda. É esta mesma crise que ajuda a compreender, em boa parte, as controvérsias sobre os números da queda do Produto Interno Bruto (PIB) recém-divulgados pelo IBGE.

Pelos dados do IBGE, a agricultura está crescendo 1,5% no ano e só registrou queda no terceiro trimestre, quando as safras de café, laranja e trigo fizeram o setor recuar 3,4% em relação ao segundo trimestre. Os economistas esperavam queda da agricultura no primeiro semestre – pela quebra da safra de soja -, mas ela só apareceu agora.

O IBGE revisa sistematicamente os dados do PIB. Para alguns economistas, estas revisões são normais, mas, no Brasil, estariam um pouco exageradas. A taxa anualizada da variação do PIB industrial do primeiro trimestre de 2004, por exemplo, foi estimada em 6,7%, caiu para 4,3% e mudou para 7,0%.

Apesar das críticas à metodologia, os economistas não atribuem a ela a queda do PIB. Outros indicadores corroboram a forte desaceleração da economia. O presidente do IBGE, Eduardo Nunes, foi cobrar explicações do BC sobre as críticas à instituição. “O PIB do terceiro trimestre é coerente com a metodologia que utilizamos há anos”, afirmou.

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