São Paulo, 4 de Julho de 2006 – Em quatro anos a empresa do grupo Odebrecht prevê aplicar R$ 30 milhões na área. A petroquímica Braskem pretende faturar perto de R$ 11 milhões por ano com a venda de polipropileno para a produção de copos de café, informou o responsável pelo projeto de descartáveis da Braskem, Manoel Lisboa. A empresa começou há três meses a fornecer a resina para a Altacoppo, do grupo Altaplast/Zaraplast, que fabrica os descartáveis. O mercado de resina para descartáveis em copinhos de café atinge 6 mil toneladas por ano. Lisboa disse que a empresa espera ter 40% desse mercado até meados de 2007.
O executivo destacou que estes serão os primeiros copos de café feitos com essa resina no País – normalmente o produto é feito com poliestireno. “Tivemos que vencer dois desafios, desenvolver um plástico para agüentar o calor e uma máquina mais sofisticada para produzir em alta quantidade o polipropileno, que é uma resina mais difícil de processar que o poliestireno”, disse Lisboa.
A Braskem iniciou a produção de descartáveis para copos em polipropileno em 2002, em Triunfo (RS), onde funciona o Centro de Tecnologia e Inovação Braskem. Há quatro anos, entre 3% e 5% dos descartáveis do País eram feitos com polipropileno, segundo a Braskem, que afirma já possuir cerca de 40% desse mercado, que é estimado em mais de 80 mil toneladas de resina neste ano. Os outros 60% são ocupados pelos descartáveis de poliestireno.
A petroquímica vai investir (entre 2002 e 2006) R$ 30 milhões nesse projeto, sobretudo para desenvolver as resinas e as máquinas, que são fornecidas às transformadoras de plástico em troca do comprometimento na compra da resina da Braskem. O próximo passo, já em estudo, será desenvolver uma máquina para produção de pratos de polipropileno. Lisboa disse que a empresa estima conseguir em um ano e meio 30% desse mercado, que movimenta 15 mil toneladas por ano. “Já estamos trabalhando com a NTS (empresa que comercializa essas máquinas no Brasil) para até o fim deste ano contar com essas máquinas”, disse Lisboa, ressaltando que a vantagem do polipropileno sobre o poliestireno é que os produtos podem ser transparentes e colocados no microondas.
O grupo finlandês de embalagens Huhtamaki, em parceria com a Braskem, começa em dois meses a produzir copos descartáveis (para água e refrigerante) na Argentina. Lisboa disse que a empresa poderá em breve fabricar também os copos para café nesse país. O executivo também informou a possibilidade de produzir os descartáveis na Venezuela, onde a petroquímica estuda instalar uma fábrica de polipropileno, em parceria com a Pequiven.
Já a Altacopo espera em cinco anos ter 30% do mercado brasileiro de copos para café, que totaliza R$ 50 milhões anuais. A empresa, cuja capacidade de produção alcança 450 toneladas mensais de copinhos, com o êxito do projeto de venda de copos para café, adquiriu máquinas para dobrar a sua produção para 1 mil toneladas mensais até o final de outubro deste ano.
kicker: Companhia vai desenvolver máquina para produção de pratos e fornecer resina para produção de copos na Argentina.