Consumo cresce 4%
O consumo de café no país cresceu 3,96% no ano passado. Os brasileiros tomaram o equivalente a 15,54 milhões de sacas de 60 quilos de novembro de 2004 a outubro de 2005, ante 14,95 milhões no período anterior, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
O diretor da área de Pesquisas e Informações da entidade, Natal Martins, ressalta que o crescimento brasileiro é superior ao estimado para o mundo, de 0,69% em 2005, segundo a Organização Internacional do Café (OIC). Martins diz que o acréscimo de 600 mil sacas no consumo nacional corresponde ao total de muitos países da América do Sul e da África em um ano. Os argentinos, por exemplo, bebem o equivalente a 450 mil sacas por ano. Martins explica que, no caso argentino, o consumo se dá principalmente fora de casa, ao contrário do que ocorre no Brasil
O diretor da Abic salienta que o consumo per capita no Brasil também está em forte ascensão: 2,5% no período, passando de 4,01 quilos por habitante ao ano para 4,11 quilos. “Nos aproximamos do padrão de consumo dos americanos e europeus”, diz Martins. O desempenho também corresponde ao melhor resultado desde 1965, quando se bebia o equivalente a 4,72 quilos.
A Abic reconhece que o resultado de 15,54 milhões de sacas ficou aquém das projeções iniciais, que eram de 15,8 milhões. O diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, afirma que isso ocorreu porque as vendas no varejo no segundo semestre de 2005 tiveram queda “por problemas conjunturais, já que a própria economia do país teve crescimento modesto”. Apesar disso, a Abic mantém a projeção de consumo de 16,5 milhões de sacas este ano, representando aumento de 6%. A expectativa é de alcançar 21 milhões de sacas em 2010.
Segundo Herszkowicz, a recuperação dos preços do café ao produtor ainda não chegou ao varejo. “O comércio ainda não evoluiu como desejado, pois o repasse é demorado”, explica. Levantamento da Abic mostra que, no dia 8 deste mês, o quilo de café, tipo tradicional, era cotado a R$ 9,25, em comparação com R$ 9 em 9 de dezembro. Ou seja, nos últimos dois meses, houve aumento de 2,78%. Em contrapartida, o valor da saca pesquisado pelo Cepea/Esalq/USP subiu cerca de 15% no período.