Investimentos
O lançamento das ações da BrasilAgro ocorreu ontem, ao mesmo tempo em que os sócios majoritários do Google , Larry Page e Sergey Brin, buscam um escritório em São Paulo para sediar as negociações de compra de participações em usinas de açúcar e álcool. Em janeiro, os empresários visitaram a Cosan, maior grupo sucroalcooleiro do País.
“Cerca de 70% das ações foram adquiridas por estrangeiros”, nforma o presidente da BrasilAgro, Ivo Alves da Cunha. A empresa é a primeira negociada na Bovespa a viabilizar a entrada indireta de investidores financeiros no agronegócio no Brasil.
“A idéia inicial era captar R$ 350 milhões, mas devido ao grande interesse de investidores internacionais, a BrasilAgro decidiu aumentar sua oferta de ações para os R$ 583 milhões”, conta o diretor executivo da MZ Consulting , Rodolfo Zabisky, consultor da empresa nas operações na bolsa. A BrasilAgro é uma iniciativa da argentina Cresud , do fundo brasileiro Tarpon Investimentos e do empresário Elie Horn, da Cyrella Brazil Realty .
Segundo Cunha, os primeiros negócios da empresa devem sair ainda este ano e em até três anos deve haver remuneração aos acionistas. “Independente da crise dos grãos vamos investir nas culturas onde encontrarmos oportunidades”, disse Cunha, negando que o apetite de estrangeiros pelo setor de cana faça a empresa priorizar o setor.
Investir na crise
O presidente do conselho de administração da BrasilAgro e representante da Cresud no negócio, Alejandro Elsztain, afirma que a BrasilAgro contará com a experiência da companhia argentina, que trabalha nos mesmos moldes e possui hoje mais de 500 mil hectares de terras em seu país. “A Cresud vem comprando terras desde que foi criada, em 1994”, diz Elsztain, minimizando o impacto da atual crise do agronegócio brasileiro. “O ano de 1994 também teve uma crise mundial nos grãos e o mercado logo se estabilizou“, lembra Cunha.