No dia 31/08 foi anunciado um aumento ainda maior nas contas de luz, agora chamada de bandeira de escassez hídrica
Em julho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou reajuste na bandeira tarifária vermelha patamar 2 – cobrança adicional aplicada às contas de luz realizada quando aumenta o custo de produção de energia. A cobrança extra passou de R? 6,24 para R? 9,49 a cada 100 kWh consumidos – alta de 52%. Já no dia 31/08 foi anunciado um aumento ainda maior, agora chamada de bandeira de escassez hídrica. A taxa tem o valor de R? 14,20 por 100 kWh, e começou a ser aplicada à conta de luz no começo de setembro. A bandeira ficará em vigor até 30 de abril de 2022. O novo valor representa um aumento de 49,6% (ou R? 4,71) em relação à anterior bandeira vermelha patamar 2.
De acordo com Braz Justi, CEO da Esfera Energia, o país permanece vivendo a maior crise hídrica da história nos últimos 90 anos, e, os principais reservatórios do SIN – Sistema Interligado Nacional, continuam em níveis consideravelmente baixos para essa época do ano. Ou seja, o grande aumento desse preço é consequência dessa crise hídrica, pois a falta de chuva afeta os reservatórios das usinas hidrelétricas. Com isso, é necessário o acionamento das usinas termelétricas para suprir a queda de oferta, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O especialista salienta que, desde abril do ano passado as chuvas não atingem 90% da média histórica do período e, se formos mais a fundo, desde setembro de 2020 que não chove ao menos 75% da média histórica. Foi em decorrência desse cenário de escassez que, em outubro de 2020, o governo optou por despachar usinas termelétricas não programadas na tentativa de preservar as condições dos reservatórios. Isso resultou em um aumento significativo dos custos com energia por toda a cadeia produtiva, incluindo os consumidores comuns. Esses aumentos vieram tanto por encargos quanto por bandeiras tarifárias. As expectativas de chuvas para os próximos meses continuam ruins e geram uma grande preocupação com o nível dos reservatórios do Brasil. Isso nos liga um alerta sobre o impacto da crise no bolso do consumidor e, consequentemente, na retomada da economia do País.