Campanha da Apex promove produtos brasileiros na Alemanha
“We do it different” (Nós fazemos diferente). Com esse mote, o Brasil desembarca na Alemanha em janeiro para promover as nossas exportações. Vão entrar em campo, além dos jogadores, que disputarão a Copa em busca do hexacampeonato, os principais produtos do País vendidos aos alemães num projeto de marketing capitaneado pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que prevê investimento de R$ 22 milhões em campanha publicitária e eventos e tem apoio de grandes exportadores. A intenção é sensibilizar 2 milhões de importadores e empresários alemães, além de 3 milhões de consumidores finais em promoções em redes de varejo somente na Alemanha com a “Marca Brazil” . “Queremos ampliar a participação do Brasil no mercado internacional. Mostrar que, como no futebol, as indústrias brasileiras englobam uma enorme diversidade de talentos”, diz o presidente da Apex-Brasil, Juan Quirós. Ele está convencido de que o favoritismo do Brasil na Copa 2006, na Alemanha, vai dar muita visibilidade ao País tanto lá como na Europa. A meta da campanha criada pela agência de publicidade Giacometti é convocar o público a participar das feiras e eventos que serão realizados naquele país em 2006, nas quais haverá participação brasileira. “A expectativa é gerar um volume imediato de negócios de US$ 420 milhões, isto é, resultado de acordos fechados nos eventos a serem realizados ao longo do ano”, aposta Quirós. As ações começam agora, em janeiro, na cidade de Frankfurt, que hospedará a seleção brasileira, que conquistou a taça da Copa das Confederações no meio do ano de 2005 no imponente gramado do Waldstadion. O ponto de partida de um total de 30 eventos é a Heimtextil, feira voltada para o segmento têxtil e de tecidos para decoração. Para facilitar o vínculo com a Copa, jogadores brasileiros vão ser associados a produtos, que se valem de suas qualidades. De janeiro a novembro, o Brasil exportou US$ 4,2 bilhões para a Alemanha e importou US$ 5,2 bilhões, o que representou crescimento de 23,33% nas exportações e 23,79% nas importações em relação a igual período de 2004. Os principais produtos exportados pelo Brasil para a Alemanha foram: minério de ferro (14,67% do total), automóveis (11,63%), café em grão (10,27%), soja e resíduos (9,14%), fumo (2,81%), frango (2,43%), bombas de combustível (2,03%) e automóveis com motor diesel (1,86%). O Núcleo de Inteligência Comercial da Apex-Brasil, no entanto, acredita que há um forte interesse por produtos com valor agregado, como sucos, produtos farmacêuticos, vestuário e acessórios, brinquedos e outros. E, por isso, vai apostar também nessas áreas nessa iniciativa acoplada à Copa. Para seduzir também o consumidor alemão, o governo brasileiro, por meio da própria Apex-Brasil, está negociando com a maior loja de departamento daquele país, a Galeria Kaufhof, com 100 filiais em 25 cidades, a promoção e venda de alimentos e bebidas brasileiros. Também estão previstas atividades promocionais paralelas para esses segmentos em Colônia, Dusseldorf, Berlim, Munique e Frankfurt. Hoje, a Alemanha é o principal importador da cachaça brasileira. Em 2004, 2.650 empresas brasileiras exportaram para a Alemanha. Estatística da Câmara Alemã (AHK) mostra que existem 1.200 empresas alemãs no Brasil, sendo a maior parte (60%) de médias empresas, e cujo faturamento supera os US$ 39 bilhões. São esses números que estimulam as ações da Apex no exterior. No mercado interno, a agência procura estimular o crescimento do número de exportadores, diversificando os produtos oferecidos. No carnaval carioca, a Portela, com apoio da Apex-Brasil, mostrará na passarela do samba a exuberância das exportações. A intenção também é a de seduzir os estrangeiros tanto com o samba quanto com os dribles do futebol. |