O Brasil se encaminha para fechar a temporada 2018/19, ao final de junho, com embarques recordes de café.
Porto alegre, 26 de abril de 2019 – Basta que mantenha o ritmo dos últimos meses, que segue sólido, demonstrando ao mercado global que a oferta da maior safra de todos os tempos em 2018 segue fluindo bem. Isso traz comodidade aos consumidores, e infelizmente para os produtores, representa pressão sobre os preços do café, que seguem relativamente baixos nas bolsas e no mercado físico brasileiro.
Em abril, até o dia 21, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 1,839 milhão de sacas de 60 quilos. E isso tomando-se somente os embarques de café verde, não somando as exportações do produto industrializado (solúvel e torrado e moído).
Os embarques acumulados de café do Brasil entre julho de 2018 e março de 2019, nove primeiros meses da temporada 2018/19, chegam a 30,95 milhões de sacas no total, incluindo grão verde e industrializado, com aumento de 30% em relação a igual período da temporada anterior. Os embarques de café verde somam 28,07 milhões de sacas (+33,1% sobre a temporada passada) e representam 91% do total exportado até aqui.
Os baixos preços internacionais afetam, naturalmente, o resultado do valor obtido com as exportações. A receita com a venda externa de café no período alcança US$ 4,17 bilhões, com incremento de 7,1% sobre 2017/2018 no mesmo intervalo. Os dados são do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café).
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o ritmo acelerado dos embarques e a disponibilidade física interna permitem imaginar exportações de 39 milhões de sacas até o final da temporada 2018/19, superando assim o recorde de 36,93 milhões de sacas exportadas da temporada 2014/15. A boa notícia, destaca o consultor, é que com isso o “Brasil deve ganhar share no mercado internacional”.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS