Brasil, o motor da LD Commodities

Por: Valor Economico

AGRONEGÓCIOS
30/04/2009
 
Brasil, o motor da LD Commodities
 
 
Fernando Lopes, de São Paulo
Os gordos investimentos realizados pela Louis Dreyfus Commodities no Brasil desde 2004 transformaram o país no motor do crescimento da multinacional, principal braço do grupo francês Louis Dreyfus. No ano passado, a LD Commodities registrou faturamento global de US$ 39,2 bilhões, 47% a mais que em 2007.


A receita brasileira aumentou 35% na comparação, para US$ 4,3 bilhões, e representou 11% do total. Mas, a partir dos aportes recentes, os ativos fixos da LD no país alcançaram US$ 1,9 bilhão, 63% do total, e o número de funcionários atingiu 21,6 mil, ou 81% do que a divisão emprega em mais de 50 países.


Dirigidos sobretudo ao fortalecimento dos negócios sucroalcooleiros, a cargo da subsidiária LDC Bioenergia, e ao segmento citrícola, os investimentos da LD no país somaram US$ 149 milhões no biênio 2004-2005 e US$ 975 milhões entre 2006 e 2007. E, de acordo com Kenneth C. Geld, presidente da Louis Dreyfus Commodities Brasil, eles vão superar US$ 1,1 bilhão entre 2008 e 2010. “Mudamos de patamar, de perfil, e a Louis Dreyfus Commodities como um todo se tornou mais brasileira. O foco do grupo, hoje, é o Brasil”, afirma Geld.


Com o boom dos preços das commodities que antecedeu o aprofundamento da crise financeira global, em setembro, o executivo afirma que o grupo, em geral, apresentou resultados consistentes em 2008, e que também houve investimentos em países como China, Índia, Argentina e EUA. Mas nada que se compare à expansão no Brasil.


Mais conhecida pela forte presença como trading de grãos, a LD Commodities começou a chamar mais a atenção na área de açúcar e álcool com a aquisição, do grupo Tavares de Melo, em 2007, de quatro usinas (duas no Nordeste e duas em Mato Grosso do Sul), além de uma planta em construção, também em Mato Grosso do Sul, inaugurada em 2008.


Mesmo tendo sido o primeiro grupo estrangeiro a comprar usinas no país, em 2000, e de comprar outras duas unidades até 2004, em 2006 o faturamento da subsidiária LDC Bioenergia ainda era “tímido”, da ordem de US$ 400 milhões. Em 2008 chegou a US$ 1 bilhão, e a partir desse ano a receita ganhará força com a incorporação da Santelisa Vale.


Com a aposta no segmento, a área plantada de cana sob domínio da empresa também é crescente. Chegou a 214 mil hectares em 2008 e deverá alcançar 222 mil este ano. “Nos últimos dois anos, foram plantados mais de 100 mil hectares”, diz Geld. O volume de processamento de cana deverá atingir 13,6 milhões de toneladas em 2009, ante 10,9 milhões em 2008 e 2,1 milhões nos idos de 2004.


No segmento citrícola a evolução também continua. A área planta de laranja da LD Commodities, que em 2008 atingiu 26,4 mil hectares, deve crescer para praticamente 27 mil hectares em 2009. Desse total, 11 mil hectares são terras próprias e o restante é desenvolvido em parceria com citricultores. Apesar da ampliação, a empresa ainda recebe 80% da fruta que precisa para a produção de suco de laranja para exportação de terceiros.


Nesta frente, afirma Geld, a última novidade foi o início das exportações de suco não concentrado de laranja (NFC, na sigla em inglês), cuja demanda externa está mais firme. Após investimentos em suas fábricas, em terminais portuários em Santos e na Bélgica e em navios, o primeiro embarque do produto foi realizado em fevereiro.


Enquanto cana e laranja diversificam os negócios e fortalecem os ativos, a trading também cresce. Em 2009, originação e processamento de soja (a empresa tem quatro esmagadoras no país) deverão somar 5 milhões de toneladas, ante 4,2 milhões em 2008. A trading trabalha, ainda, com algodão, café e milho.


Em tempo: Geld confirmou que a LD mantém o plano de entrar no mercado brasileiro de fertilizantes.
 
 

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