Produtores querem que Bolsonaro conclua acordo comercial para zerar taxação do produto; tarifa atual cobrada pelo bloco econômico é de 9%
14/01/2019 Produtores e exportadores brasileiros de café esperam que o governo de Jair Bolsonaro atue para concluir o acordo comercial entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia (UE). Conforme os termos estabelecidos nas negociações até o fim do ano passado, as partes deixarão de cobrar tarifas para o café solúvel em até quatro anos após a assinatura do tratado.
“Isso é uma desvantagem muito grande”, afirma o presidente executivo do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro, que deve levar o assunto para a reunião de fevereiro do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), que funciona dentro do Ministério da Agricultura.
Atualmente, a tarifa cobrada pela União Europeia é de 9%. A taxação favorece o principal concorrente brasileiro, a Colômbia, que exporta para 28 países sem os mesmos custos aduaneiros.
“De um a dez, estamos no nove para fechar o acordo”, avalia o diretor de relações institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Agnaldo Lima.
Segundo ele, a atuação conjunta das áreas econômicas do governo e da diplomacia foi eficiente nas negociações sobre o café com os europeus. “Os produtos brasileiros que mais enfrentam resistência na Comissão Europeia para ter um acordo são açúcar, álcool e carne. Não o café”, comentou.
Entenda o caso
O mercado europeu é estratégico para a ampliação das exportações de café solúvel porque nenhum país da União Europeia ocupa posição entre os principais destinos dos produtos brasileiros. Até novembro de 2018, os três maiores compradores de café solúvel do Brasil foram os Estados Unidos, Rússia e Japão.
Em todo o ano passado, as exportações de café solúvel (industrializado) renderam mais de US$ 526 milhões. O valor é quase nove vezes menor do que o país obteve com a venda de café cru em grão, para o qual a União Europeia não cobra tarifa.
Por Agência Brasil
Fonte : Canal Rural