JOICE SOLANO
Os cafeicultores brasileiros apostam no aumento da produção de cafés especiais e estimam um crescimento de 25%. De acordo com a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês), a produção será de aproximadamente 1 milhão de sacas de café de qualidade em 2006, superando as 800 mil sacas da safra de 2005.
Este resultado será impulsionado pelo aumento da produção de café arábico neste ano, que deverá ser ampliada para 33 milhões de sacas, 10 milhões a mais que na última safra.
Os números foram divulgados ontem pelos conselheiros recém-empossados da associação, que se reuniram em Belo Horizonte para definir as metas para 2006. De acordo com o novo presidente da BSCA, Alexandre Frossard Nogueira, o segmento de cafés especiais é um dos que mais cresce no mundo.
A média de crescimento é de 10% ao ano contra uma alta de 1,5% ao ano dos cafés tradicionais. No Brasil, os cafés classificados como especiais representam cerca de 3% da produção total de café.
O tipo comercial domina a maior parte do mercado – 60%. Segundo o ex-presidente da BSCA, José Francisco Pereira, estima-se que em todo o mundo seja consumido de 8 milhões a 10 milhões de sacas de cafés especiais por ano, sendo que cerca 10% do total são grãos colhidos no Brasil.
Os produtores da BSCA esperam para a safra deste ano um faturamento até quatro vezes maior que no ano passado. Em 2005, as exportações de café – entre especiais e tradicionais – renderam aos membros da associação US$ 20 milhões. Estima- se que o faturamento salte para US$ 80 milhões em 2006.
Mercado interno
Pereira explica que quase 99% da produção brasileira do grão especial é destinada à exportação. O Brasil está começando agora a desenvolver esse mercado. As principais cidades onde o consumo de café especial está crescendo é em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre.
Para consumir um café especial, os consumidores têm que pagar caro. O valor médio pode sair até 30% mais caro para os produtores e 100% para os consumidores. Os cafés especiais estão nas prateleiras dos supermercados brasileiros com preços que vão de R$ 18 a R$ 42 o quilo.