Entidades do segmento privado da cafeicultura brasileira fizeram a demanda, que foi atendida pelo Governo Federal em reunião do CDPC
As entidades de classe da cadeia produtiva do café no Brasil, por unanimidade, formalizaram, em 15 de março, ao Governo Federal, a recomendação da doutora Vanusia Nogueira como candidata brasileira para a diretoria executiva da Organização Internacional do Café (OIC).
Ontem (29), durante reunião do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), o pleito foi reforçado pelo segmento privado e referendado pelos representantes do Governo, confirmando a indicação de Vanusia para CEO do principal organismo da cafeicultura mundial.
O mandato do atual executivo da entidade, o também brasileiro José Sette, estende-se até 30 de abril de 2022 e ele comunicou ao corpo diplomático da Representação Permanente do Brasil junto às Organizações Internacionais em Londres (Rebraslon) sua decisão de não se candidatar a novo período à frente da entidade.
Em decorrência da importância do Brasil, como maior produtor e exportador e segundo maior consumidor de café do mundo, o País tem exercido papel de liderança na Organização, em especial no momento atual, cujos esforços nacionais e de diversos países-membros estão voltados à reestruturação e à modernização da OIC, através de uma Força-Tarefa e dos debates para o novo Acordo Internacional do Café (AIC).
Diante desse contexto, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e o Conselho Nacional do Café (CNC) consideram que Vanusia, atual diretora da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), possui currículo que a qualifica como excelente nome para conduzir a modernização da OIC e da cafeicultura global a partir de 2022.
Filha e neta de produtores e comercializadores de café, Vanusia Nogueira é Doutora em Administração, com ênfase em Marketing, pela Universidade Nacional de Rosario (Argentina). Formada em Tecnologia da Informação (TI) e Gestão pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), possui mestrados em Gestão e em Gestão Avançada de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), além de inúmeros cursos internacionais de especialização em Finanças, Gestão de Relacionamentos (CRM), TI, entre outros, concluídos nos Estados Unidos, Alemanha e Brasil.
Com vistas à reestruturação e à modernização da OIC, a representação do setor privado da cafeicultura brasileira trabalhará em quatro eixos: (i) aperfeiçoamento da governança e da gestão de processos; (ii) estatísticas e inteligência de negócios; (iii) negociações comerciais; e (iv) promoção do consumo global do café.
No encontro de ontem, Governo Federal e entidades de classe ratificaram que a modernização dessas áreas trará mais dinamismo às reuniões do organismo internacional e gerará produtos tangíveis e de interesse do setor privado da cafeicultura mundial, processo que entendem que poderá ser bem conduzido por Vanusia, que possui amplo histórico de conhecimento, experiência e reconhecimento nos temas de qualidade e sustentabilidade da cafeicultura mundial.
“Como diretora executiva da BSCA desde 2009, conselheira do CNC, da Rainforest Alliance e da Alliance for Coffee Excellence (ACE), organizadora do principal concurso mundial de qualidade, o Cup of Excellence, e conselheira consultiva da Specialty Coffee Association (SCA), a doutora Vanusia é reconhecida como hábil articuladora, com grande engajamento com as lideranças globais da produção, da indústria e da exportação, conforme se pôde observar durante os trabalhos realizados para a organização do II Fórum Mundial de Produtores, sediado pelo Brasil, no ano de 2019”, concluem as instituições.