Segundo o diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Vilmondes Olegário da Silva, o crescimento se deve às condições climáticas favoráveis, à melhoria dos tratos culturais, podas, desbrotas e ao controle fitossanitário, impulsionado pela recuperação dos preços de mercado a partir do segundo semestre deste ano.
A Conab avaliou a produção do café arábica entre 30,50 e 33,53 milhões de sacas, com a participação de 76,2% da colheita total no país.Caso se confirme, este volume representa um aumento entre 28% a 40,8% ou 6,68 a 9,71 milhões de sacas a mais, em relação ao período 2005/2006.
Já no caso do café robusta (conilon), com produção entre 9,94 e 10,05 milhões de sacas, o aumento previsto varia de 811 a 923 mil sacas, ou 8,9% a 10,1% sobre a safra anterior, que foi de 9,13 milhões de sacas. Esse resultado é creditado também às condições climáticas favoráveis, principalmente no Espírito Santo, maior estado produtor nacional.
A pesquisa de campo foi realizada, de 7 a 30 de novembro, por 258 técnicos da Conab e de órgãos conveniados, nos principais estados produtores, como São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia e Rondônia. O estudo foi complementado com informações do Geosafras, que utiliza técnica baseada em geotecnologia (pesquisa por satélite).
Para Vilmondes, os números “mostram um quadro ajustado em termos de oferta e demanda do produto”. Ele afirmou que o Brasil tentará manter o volume de exportações de 26 milhões de sacas/ano e elevar de 17 para 21 milhões de sacas o consumo interno até 2010. “Isso colocaria o Brasil na condição de maior consumidor mundial de café, posição hoje ocupada pelos Estados Unidos, onde são consumidas de 18 a 20 milhões de sacas anualmente”. O Brasil já é líder mundial em produção e exportação de café.
“Já os preços dependem do mercado e podem até crescer um pouco, superando os atuais US$ 111,36 por saca”. Vilmondes lembrou que em 1997 a saca chegou a US$ 184 e considera importante que o Brasil continue investindo na melhoria da qualidade do café, “o que certamente repercutirá no ganho dos produtores”, concluiu.