Ambiente | 24/07/2010 | 14h22min
Encontro no RJ promove debate sobre meio ambiente, mas não deve selar posição conjunta dos quatro países
Cientistas e representantes da área de meio ambiente do Brasil, da China, da Índia e da África do Sul reúnem-se até a próxima segunda, dia 26, no Rio de Janeiro, para discutir formas de conter o aquecimento global. Os quatro países, que formam o grupo Basic (sigla para as iniciais dos nomes das nações), pretendem discutir critérios que estabeleçam o volume máximo de emissão de gases do efeito estufa por cada um deles.
O encontro começou nessa sexta, dia 23, com uma reunião de cientistas. Essa é a primeira vez que especialistas participam do encontro de mudanças climáticas do Basic. Neste sábado, negociadores dos quatro países sentam à mesa de discussão, e, no domingo, a reunião envolverá os ministros do Meio Ambiente das nações do grupo.
Para a secretária nacional de Mudanças Climáticas do Brasil, Branca Americano, há uma dificuldade em se definir volumes de emissão máxima de gases poluentes porque há vários critérios possíveis para se medir isso.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a China e a Índia querem um critério de emissões per capita. Isso porque os dois países têm grandes populações, com mais de 1 bilhão de pessoas. Já o Brasil defende a responsabilização dos considerados poluidores históricos, isto é, as nações desenvolvidas.
O encontro, de acordo com Branca Americano, não tem o objetivo de fechar qualquer posição conjunta dos quatro países, mas apenas de debater. Isso porque, segundo ela, as discussões em torno das mudanças climáticas precisam ser tomadas por um grupo de 77 nações, o chamado G-77.
– Há mais dezenas de países que não estão aqui. Há, portanto, uma preocupação muito grande de não tomar nenhuma decisão “unilateralmente” por esses quatro países. Há uma preocupação de não adotar a postura de “nós decidimos e os outros vão atrás porque nós somos os maiores” – disse.
Esta é a quarta reunião do Basic para discutir o tema. O próximo encontro será realizado em outubro, na China.
AGÊNCIA BRASIL