Brasil busca novos negócios na mais importante feira japonesa

28 de fevereiro de 2009 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: 27/02/2009 22:02:07 - Net Comex


Cerca de 30 empresas brasileiras vão participar, de 03 a 06 de março, da Foodex Japan 2009. A feira é a mais importante do Japão e funciona como importante porta de acesso a compradores e distribuidores de outros países asiáticos. Produtos como erva-mate, chás, carne bovina e de frango, café, refrigerantes, temperos, balas, chocolates e sucos de frutas estão entre os que serão mostrados pelos exportadores brasileiros ao público asiático. Também entram na lista mel, própolis, macarrão, sorvete, queijo, palmito, cachaça, atomatados, vinhos, espumantes e brandies.

Os produtos brasileiros serão expostos no estande de 360 metros quadrados e poderão ser degustados no Bar Brasil. O espaço será coordenado pela barista e cafeóloga Eliana Relvas, que vai preparar petiscos como lasanha de sardinha, salada de Macarrão com shoyu, canapés de catupiry e sardinha, brigadeiro, bolos com caldas de frutas e chocotone com molho de café.
A participação é organizada pela Apex-Brasil e visa consolidar a presença de produtos brasileiros naquele exigente mercado, bem como criar oportunidades para a introdução de novos itens, principalmente os de maior valor agregado. “O mercado asiático, principalmente o japonês é muito exigente e impõe restrições e condições sanitárias e de rastreabilidade, mas já temos diversos produtos bem posicionados ali”, explica o coordenador de Imagem e Acesso a Mercados da Apex-Brasil, Juarez Leal. O Brasil é, por exemplo, o maior fornecedor de carne de frango, suco de laranja e café para o Japão.


café, frango e laranja – Apesar do tradicional costume japonês de tomar chá, o consumo de café vem aumentando ao longo dos anos. A principal oportunidade nessa área, identificada pela Inteligência Comercial da Apex-Brasil é para o café premium, já que os consumidores japoneses estão dispostos a pagar um pouco mais por um café de excelente qualidade, aroma e alto valor agregado. A principal categoria que o Brasil exporta hoje para o mercado japonês é o café não torrado, não descafeinado, cuja participação foi de 25% em 2007, com exportação de US$ 270 milhões – um crescimento de 2,6% em relação a 2006.


Os japoneses também valorizam o consumo de produtos saudáveis, tendência que se reflete no crescimento das vendas de carne de aves em detrimento do consumo de carne suína e bovina, nos últimos anos. A preferência é pelo peito de frango, e a confiança nos produtos congelados brasileiros pode ser comprovada pelos 60 pontos percentuais de market share que o Brasil ganhou nos últimos cinco anos, com 92% do total importado pelo Japão.


No caso do suco de laranja, as exportações para o Japão cresceram a uma taxa média anual de 10% no período de 2002 a 2007. Em 2007, chegaram a US$ 130 milhões, com crescimento superior a 60%, comparado com valores de 2006. Apesar de o Japão aplicar barreira tarifária de 25,53% ao produto, o Brasil atingiu market share de 98,6% nesse ano.


Outros produtos – Há outras boas oportunidades para as empresas brasileiras, identificadas nos estudos da Apex-Brasil. Um exemplo é o setor de biscoitos – de 2006 a 2007, as vendas no Japão cresceram mais de 3% e alcançaram valores superiores a US$ 4,5 bilhões. Há projeções de crescimento de 2% para o setor até 2012.


Tradicionalmente, o chá é a bebida quente mais consumida pelos japoneses, principalmente o chá verde, que representa mais da metade do consumo de chás no país. O Brasil é o quinto fornecedor do produto e pode ganhar mais espaço. O Brasil também possui um bom desempenho na exportação de ovos, sendo o terceiro maior exportador para o Japão.
 
Entre os expositores brasileiros estão empresas que iniciaram e ampliaram negócios com o Japão nos últimos anos, depois de participar da Foodex.


É o caso da Miolo, que participou pela primeira vez no ano passado e já contabiliza resultados positivos. O primeiro carregamento do Lote 43, vinho obtido somente em safras excepcionais e reserva limitada, chegou ao Japão em janeiro passado. Produzido no Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, o Lote 43 tem certificação da União Européia pela produção em área geograficamente demarcada desde 2006. A Miolo também vende para o Japão vinhos da linha Premium (tinto Reserva Cabernet Sauvignon e branco Reserva Chardonnay), e o espumante Miolo Brut Millésime da linha Ultra Premium.


Já a Tunipex exporta para o Japão desde 1994 e também vai negociar na Foodex itens como cachaça, conservas de milho e de ervilha, e sucos tropicais de manga, maracujá, caju, limão e abacaxi. “Participar do pavilhão da Apex-Brasil na Foodex é uma ótima oportunidade para trazermos os compradores e distribuidores para degustar e conhecer toda a linha de produtos brasileiros”, comenta o empresário Nelson Hirata. Segundo ele, com a participação no ano passado houve um crescimento de 25% nas vendas da Tunipex para o Japão.


O estande do Brasil terá também produtos da linha “Health Food” ou complemento alimentar, a exemplo de mel e própolis. Os produtos apícolas da Essenciale, por exemplo, levam própolis e ingredientes orgânicos como a acerola na composição. A empresa participou das últimas oito edições da Foodex, e há quatro anos introduziu a própolis vermelha no mercado japonês. No Japão, o produto é usado em tratamento bucal, balas, chocolates e cápsulas. “A presença na feira estabelece vínculos com os atuais clientes e abre portas para novos, pois os compradores sabem que podem encontrar a famosa própolis do Brasil no pavilhão brasileiro’, explica a empresária Nivia Alcici.


A Agrorisa, de Manaus, vende produtos da Amazônia para o Japão desde 2002. Começou com o guaraná e foi incorporando ervas medicinais e frutas exóticas como o camu-camu, o pequeno fruto que possui de 30 a 60 vezes mais vitamina C que uma laranja. Leva à Foodex novidades como o chá de guaraná em sachet. O guaraná comercializado pela Agrorisa é produzido por associações e cooperativas de produtores indígenas da Amazônia, “inclusive os da etnia sateré maué, os descobridores do guaraná”, informa o engenheiro agrônomo e proprietário da empresa, Rivaldo Araújo.


Traz também ervas medicinais como a muiraruira, usada para combater o diabetes; a mirantan, com propriedades energéticas e antiinflamatórias; e a unha de gato, que oferece resistência imunológica, de acordo como engenheiro agrônomo. O guaraná será comercializado também na forma de extrato, assim como o camu-camu e as plantas medicinais. “O extrato é usado para fazer refrigerantes, chás, caramelos, cápsulas e até medicamento”, disse Araújo. “Temos a expectativa de ampliar ainda mais a gama de produtos vendidos para o Japão, que é um mercado que valoriza muito produtos naturais e saudáveis como os produzidos pelas comunidades da Amazônia. Temos conseguido isso a cada participação na Foodex e este ano não será diferente”, disse.
 
 

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