Bolsa terá contratos de açúcar e etanol anidro

18 de janeiro de 2013 | Sem comentários Comércio Mercado Interno
Por: Agência Folha

 


A BM&FBovespa lança, no dia 28 deste mês, dois novos contratos derivativos de commodities para o setor sucroenergético.


As negociações incluirão um contrato futuro de açúcar cristal, com liquidação financeira, e um contrato futuro de etanol anidro carburante, com entrega física.


A partir do dia 29, a Bolsa inicia negociações com opções de compra e venda de açúcar. As opções com anidro não têm data prevista.


Marcelo Maziero, diretor-executivo de produtos e clientes da BM&FBovespa, diz que será a primeira Bolsa no mundo a oferecer à cadeia um portfólio completo de derivativos de commodities sucroenergéticas. Além dos dois contratos novos, a Bolsa já tem um de etanol hidratado.


Esses contratos são uma oportunidade única para que o mercado faça as negociações internamente, inclusive com a formação dos preços no Brasil, segundo Maziero.


A possibilidade de negociação desses três contratos na mesma Bolsa vai facilitar as operações de todas as empresas e produtores ligados ao setor, diz ele.


As negociações serão referências para produtores, consumidores e intermediários, diz o diretor-executivo.


Uma outra vantagem desses contratos é que as operações serão feitas em reais, o que diminui os custos das empresas nas operações, segundo Fabiana Perobelli, gerente de produtos do agronegócio da Bolsa.


Fabiana acredita que o mercado futuro ligado ao setor sucroenergético será crescente a partir de agora, apesar das dificuldades ocorridas nos anos anteriores. “2013 terá um cenário favorável às negociações”, diz ela.


Internamente, o setor terá uma oferta maior de cana para processamento, mas as usinas terão de se prevenir contra as indefinições de preço. O governo deverá reajustar a gasolina, elevar a mistura para 25% e o açúcar perde a grande vantagem que tinha no mercado externo.


Além disso, há incertezas na política de energias renováveis nos Estados Unidos. O presidente Barack Obama tem dificuldades para manter os subsídios no setor.


O contrato de açúcar será de 508 sacas. O de anidro, de 30 mil litros.


No bolso A chegada da entressafra da cana já provoca alta de 4% nos preços do álcool nos postos de abastecimento da cidade de São Paulo. É o que aponta pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas) referente aos últimos 30 dias.


Café A comercialização da safra 2012/13 (julho/junho) já atingiu 60% do volume produzido, segundo estimativas da Safras & Mercado. A consultoria estima a safra em 54,9 milhões de sacas.
Bem acima O preço médio da arroba de suíno atingiu R$ 72 ontem no mercado paulista, conforme pesquisa da Folha. Esse valor supera em 41% o de igual período do ano passado.


Fim de safra Poucas usinas ainda estão em operação na região centro-sul. Com isso, a Datagro estima que a moagem fique em 536 milhões de toneladas em 2012/13, uma alta de 9% em relação ao volume da safra anterior.


Consumo mundial de grãos cai pela 1ª vez em 14 anos


O consumo mundial de grãos será de 1,82 bilhão de toneladas na safra 2012/13, conforme dados divulgados ontem pelo IGC (International Grains Council).


Se confirmado esse volume, será a primeira queda do consumo em 14 anos. Mesmo com a queda, os estoques ficam em 322 milhões de toneladas, o menor em seis anos.


A produção de trigo, após ter atingido 696 milhões de toneladas em 2011/12, recua para 656 milhões em 2012/13.


Demanda maior por parte do Irã e da China fizeram os estoques mundiais do cereal recuarem para 174 milhões de toneladas, mostra o IGC.


Os olhares do mercado se voltam para a produção de trigo de inverno nos EUA, principalmente para as áreas onde ocorreu seca.


Preço do produto sobe no mercado brasileiro


O retorno das compras de algodão pelas indústrias do setor está elevando o preço da commodity. Segundo o Cepea, o valor do algodão pluma subiu quase 10% até o dia 15. Pesquisa da Folha também aponta alta de 9% em 30 dias no valor do pluma e 6% no valor do caroço.
Folhapress


Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma mais de 35 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária.

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