As cotações futuras do café arábica fecharam a sessão desta quinta-feira (9) com queda próxima de 100 pontos e os principais vencimentos quase abaixo do patamar de US$ 1,40 por libra-peso.
O mercado oscilou com base em indicadores técnicos, mas os operadores também repercutiram informações sobre a oferta na Colômbia e seguem atentos as informações sobre o clima no Brasil e de oferta na Colômbia.
O contrato março/17 encerrou o dia cotado a 138,75 cents/lb com 130 pontos de baixa, o maio/17, referência de mercado, anotou 140,45 cents/lb com desvalorização de 130 pontos. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia a 142,80 cents/lb com recuo de 125 pontos e o setembro/17, mais distante, também caiu 125 pontos, a 145,05 cents/lb.
O mercado do café na ICE teve mais um dia de ampla volatilidade, com os preços externos oscilando dos dois lados da tabela. Pela manhã, as cotações operaram no campo negativo ainda de olho no dólar que se aproximava de R$ 3,20 na venda. No entanto, o movimento corretivo presenciado na véspera voltou após os vencimentos mais próximos ficarem abaixo de US$ 1,40/lb, mas a baixa acabou prevalecendo no fim dos trabalhos.
“Os preços do café arábica fecharam em queda nesta quinta-feira devolvendo os ganhos verificados na sessão passada”, disse em relatório o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, em referência ao comportamento corretivo do mercado e a falta de novidades fundamentais para motivar mudanças nas cotações.
Além das questões técnicas e dos fundamentos já conhecidos e precificados pelo mercado, segundo a agência de notícias Reuters, uma maior oferta da Colômbia representa um risco para os preços. A projeção é do Commerzbank Research. No ano passado, a produção de café do país sul-americano atingiu máxima de 23 anos no ano passado, disse o chefe da federação de cafeicultores à Reuters sem falar em números.
Com uma frente fria, áreas produtoras de café da Zona da Mata de Minas Gerais e Sul do Espírito Santo devem ter chuvas nos próximos dias. Isso também atua como fator baixista para o mercado. Essas precipitações, no entanto, serão irregulares. Ainda assim, o MDA Information Systems disse à Reuters que “a seca ainda é uma preocupação generalizada em todo o cinturão do café”.
O dólar comercial, que impacta diretamente nas exportações da commodity, fechou a sessão desta quinta com alta de 0,73%, cotado a R$ 3,1947 na venda, com atentos a divulgação na sexta-feira do relatório do mercado de trabalho norte-americano, que pode motivar uma decisão sobre os juros dos Estados Unidos. A divisa mais alta tende a encorajar as exportações.
Exportações do Brasil
As exportações de café do Brasil em fevereiro totalizaram 2,48 milhões de sacas, um decréscimo de 15,5% em comparação com o mesmo período de 2016. A receita cambial foi de US$ 438,9 milhões e o preço médio por saca US$ 176,74, aumentos de 1% e de 19,6% em comparação com fevereiro do ano anterior, respectivamente. Os dados são do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Mercado interno
Apesar da queda no mercado externo nos últimos dias, o dólar subiu e contribuiu para que os preços internos do café voltassem ao patamar de R$ 500,00 em algumas praças de comercialização do Brasil. Ainda assim, segundo analistas, os negócios não ganharam força. “O setor produtivo do café continua arredio a conversas mercadológicas na espera de uma reviravolta nos preços”, disse ontem (8) em seu boletim diário Dia a Dia no Campo o analista Marcus Magalhães.
Fonte: Notícias Agrícolas