Nesta segunda-feira (16), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tiveram alta de quase 400 pontos. O mercado segue atento ao desequilíbrio entre oferta e demanda nesta temporada e o financeiro.
Durante o dia, os preços externos chegaram a realizar ajustes e operaram dos dois lados da tabela. No entanto, subiram forte no fim do dia e completaram a nona sessão seguida de valorização. O mercado segue atento ao desequilíbrio entre oferta e demanda nesta temporada e o financeiro.
O contrato maio/16 fechou a sessão de hoje com 132,70 cents/lb com alta de 390 pontos, o julho/16 anotou 133,60 cents/lb com 350 pontos de avanço. Já o vencimento setembro/16 registrou 135,40 cents/lb e 345 pontos positivos, já o março/17 encerrou o dia cotado a 137,95 cents/lb com 340 pontos de avanço.
Após seguidas altas, as cotações do arábica registraram nesta segunda um patamar que não era visto desde março deste ano. Os ajustes durante o dia – que fizeram os preços oscilar dos dois lados da tabela – já eram esperados pelos analistas. No entanto, o mercado demonstra força ao se consolidar acima do patamar de US$ 1,30 por libra-peso.
“O comportamento do índice do dólar, assim como do Real Brasileiro e do Peso Colombiano serão importantes termômetros. O primeiro está forte e pode gerar uma liquidação geral das commodities que se beneficiaram do enfraquecimento recente”, explicou em seu relatório semanal o diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa.
As incertezas em relação ao desequilíbrio entre oferta e demanda também repercutem entre os operadores. Mesmo com uma colheita ao redor de 50 milhões de sacas neste ano – média das projeções das principais entidades para o Brasil –, o país teria dificuldades no abastecimento global e até interno. Os estoques de café de safras passadas são praticamente inexistentes.
A colheita da nova safra segue sendo realizada nas principais origens produtoras e não há relatos de muitos problemas para a variedade arábica. Segundo levantamento da Safras & Mercado, reportado pela Reuters na última sexta-feira (13), a colheita da safra 2016/17 no país já atingiu 7% da área total, cerca de 4,22 milhões de sacas de 60 kg. A consultoria projeta a produção do país em 56,4 milhões de sacas.
Do lado financeiro, as cotações futuras do arábica na ICE também repercutiram o câmbio. O dólar comercial encerrou o dia com queda de 0,55%, cotado a R$ 3,5042 reais na venda com investidores no aguardo de anúncios do governo de Michel Temer. As oscilações do dólar em relação ao real impactam diretamente as exportações da commodity brasileira, que inclusive registraram queda no último mês, segundo dados reportados recentemente pelo Notícias Agrícolas.
“Tecnicamente o contrato “C” precisa segurar acima de US$ 126,60 para não perder o momentum, caso contrário vai voltar a testar os US$ 120,00 centavos. A primeira resistência está em US$ 131,20, seguida por US$ 134,90 e finalmente a alta do dia 23 de março, US$ 138,20”, afirmou Costa.
Mercado interno
Os negócios seguem lentos no mercado físico brasileiro. Os produtores estão atentos à colheita, que começou há alguns dias nas principais áreas do cinturão produtivo, e não ofertam café nas praças de comercialização em grandes escalas. Segundo o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, ao mesmo tempo, o cafeicultor também tem pouco produto disponível da safra passada. O mercado só deve voltar a ganhar força com a chegada da produção da safra 2016/17.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Guaxupé (MG) com R$ 550,00 a saca e alta de 1,85%. A maior oscilação no dia foi registrada em Varginha (MG) com queda de 1,92% e saca a R$ 510,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 540,00 a saca e avanço de 1,89%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 500,00 a saca e alta de 2,04%. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com avanço de 2,05% e saca a R$ 498,00.
Na sexta-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 468,37 com queda de 0,15%.
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Fonte: Notícias Agrícolas