Bolsa de café de N.Y. fechou em baixa de 1065 pontos, a US$ 2,2410 por libra peso nos contratos com vencimento em março próximo.

MERCADO DE CAFÉ

Santos, 20 de dezembro de 2021 – segunda-feira

A bolsa de café de N.Y. fechou em baixa de 1065 pontos, a US$ 2,2410 por libra peso nos contratos com vencimento em março próximo.

O dólar fechou hoje a R$ 5,7430 (alta de 1,04 %).

Mercado físico de café:                                                    

                                                                                                                                                                                                 

Novas medidas de isolamento adotadas em alguns países do hemisfério norte e em análise em outros, diante do espalhamento da nova variante ômicron, que está levando ao aumento de casos de covid-19, derrubaram hoje ativos de risco ao redor do mundo, desde o início dos pregões nas bolsas asiáticas. O sentimento de aversão ao risco chegou em um momento em que os mercados começam a enfrentar um período de baixa liquidez com a proximidade das festas de final de ano, quando muitos investidores e especuladores saem das negociações (fonte: jornal Valor Econômico). O petróleo recuou forte, 3,1 %, para US$ 71,21 o barril. As principais bolsas de valores do mundo trabalharam em queda. No Brasil, o Ibovespa fechou o dia em baixa de 2,03 %, depois de bater em 2,65 % na mínima do dia. O dólar fechou em alta de 1,04 % frente ao real, atingindo seu maior valor desde março.   

Nesse ambiente de aversão global ao risco, os contratos de café em NY trabalharam hoje em queda forte desde a abertura do pregão. Os contratos para março próximo recuaram 1065 pontos e fecharam a US$ 2,2410 por libra peso. Na sexta-feira fecharam a US$ 2,3475. No decorrer da semana passada, em meio a muito sobe e desce, esses contratos romperam várias vezes os US$ 2,40 por libra peso. No balanço da semana subiram 215 pontos. A forte alta do dólar frente ao real hoje contribuiu com a queda nos contratos de café.

                Em nossa opinião os fundamentos do mercado permanecem sólidos. As notícias sobre os problemas climáticos no Brasil e em nossos principais concorrentes, continuam preocupando os operadores. Circulam notícias sobre quebra na próxima safra da Colômbia, segundo maior produtor de arábica do mundo, e na próxima safra do Vietnã, maior produtor de robusta do mundo. O problema no Vietnã, além do clima, é o do envelhecimento de seu parque cafeeiro, que está derrubando a produtividade do país. A queda na produção mundial de café é séria e os entraves logísticos mundiais tornam o quadro ainda mais complicado. A irregularidade do clima assusta os operadores. Teremos quebra de produção nos três maiores produtores de café do mundo. Os demais produtores também enfrentam problemas com a crise climática global.

               

                 A divulgação na semana passada da quarta e última estimativa da CONAB para a safra brasileira de café deste ano, 2021/2022, confirma a forte quebra da produção brasileira e é muito preocupante. Segundo a CONAB, a safra de conilon foi recorde, estimada em 16,29 milhões de sacas, com um crescimento de 13,8 % em relação à safra anterior, 2020/2021. A de arábica foi estimada em 31,42 milhões de sacas, recuando 35,5 % em comparação ao ciclo anterior. A produção total soma 47,72 milhões de sacas, um número que não atende às necessidades brasileiras para exportação e consumo interno. Na realidade, o mercado sempre trabalha com números acima dos da CONAB. Mesmo assim é um indicador bastante confiável da forte quebra na produção brasileira de café deste ano. 

No ano-safra anterior, 2020/2021 (julho de 2020 a junho de 2021), o Brasil exportou 45, 675 milhões de sacas e consumiu aproximadamente 22 milhões de sacas. Portanto foram necessárias 67, 675 milhões de sacas para atender nossas exportações e o consumo interno. São 20 milhões de sacas acima do número estimado pela CONAB para a atual safra 2021/2022. Precisamos lembrar ainda, que exportamos 40,256 milhões de sacas no ano-safra 2019/2020 e 41,426 milhões de sacas no ciclo 2018/2019. Foram três anos excepcionais para nossas exportações de café. Quebramos a barreira dos 40 milhões de sacas, feito nunca alcançado em nossa longa trajetória como exportadores de café. No esforço para conseguirmos esse recorde por três anos-safra consecutivos, praticamente zeramos os estoques privados brasileiros. Os governamentais já estão zerados há alguns anos. Não podemos esquecer que nosso consumo interno continuou forte e em crescimento nesses três anos-safra.

                Hoje o dólar fechou em alta de 1,04 % a R$ 5,7430. Na sexta-feira fechou valendo R$ 5,6840. Em reais por saca, os contratos de café para março próximo na ICE em Nova Iorque fecharam hoje a R$ 1702,45. Na sexta-feira fecharam valendo R$ 1765,04.

No mercado físico brasileiro, os compradores diminuíram o valor de suas ofertas. O mercado permaneceu quieto, sem vendedores nas bases oferecidas pelos compradores. 

Permanece pequena a oferta de lotes de café arábica destinados ao consumo interno brasileiro. O mercado físico brasileiro do conilon está firme, comprador. 

A chuva mais intensa permanece sobre o centro e norte do Brasil e, nesta semana, alcança a Zona da Mata de Minas Gerais, norte do Espírito Santo e, sobretudo, o sul da Bahia. Novamente, a região será atingida por tempestades severas com acumulado que chega a pelo menos 150mm nas regiões de Itamaraju-BA, Barra do Choça – BA e Vitória da Conquista – BA. Por outro lado, a semana será com pouca chuva e muito calor no norte do Paraná, em São Paulo e em parte do sul de Minas Gerais. Na semana que vem, a chuva intensificará na Mogiana e no sul de Minas Gerais, mas a precipitação não alcançará o Paraná e a Alta Paulista. A umidade do solo diminui cada vez mais no Paraná, embora apenas afete cafeeiros mais novos e sem irrigação (SOMAR Meteorologia).

 

                                                                   *Selecionamos e colocamos diariamente em nosso site notícias e informações sobre o mercado de café.

 

                                                                                                                                                                                 

FECHAMENTO DA BOLSA DE NEW YORK: 20/12/2021

DEZEMBRO/21 224,10 -1065

MARÇO/22 224,10 -1075

MAIO/22 223,60 -1075

JULHO/22 222,85 -1045

SETEMBRO 221,45 -1035

DEZEMBRO/22 220,80 -1025

Saudações,

Escritório Carvalhaes